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“Debaixo da crise e dos problemas as coisas em Manica e no país estão a acontecer”

O Presidente da República terminou este domingo a sua visita de quatro dias à Província de Manica. No encerramento Filipe Nyusi não escondeu a sua satisfação com o que viu e leu nos documentos apresentados em várias reuniões, por isso, na inauguração da fábrica de processamento de granito nos arredores da cidade de Chimoio disse a viva voz que “apesar da crise e dos problemas as coisas em Manica e no país estão a acontecer” tendo arrancado aplausos dos presentes.

A fábrica de processamento de granito extraído nas minas de Moatize em Tete e Sussundenga em Manica foi disso exemplo. Trata-se de um investimento de cerca de 10 milhões de dólares de um total de 30 milhões que a proprientária da Helnin Mining pretende investir em Moçambique. Toda a cadeia de produção emprega perto de 200 pessoas e a fábrica tem capacidade de processar mais de 900 mil toneladas de granito por ano. O produto final é comercializado localmente e brevemente a empresa irá abrir uma loja em Maputo. Mas grande parte da quantidade de granito processado é exportado para Ásia e para Europa.

Filipe Nyusi no seu discurso disse ter ficado satisfeito ao saber que a empresa contrata transportadores locais para transportar os blocos de granito das minas onde é extraído para a fábrica “este produto não sai daqui em pedra, só para tirar e mandar para fora, emprega nossos concidadãos lá onde é tirado e é processado aqui mesmo e emprega mais gente. E a prioridade é vender o produto aqui no país. É este tipo de indústrias que nós queremos. E eles disseram-me que estão a contratar empresas moçambicanas para transportar as pedras isso é extremamente importante porque nós não podemos assistir as nossas coisas a serem feitas e a saírem daqui e a batermos palmas só, não” disse tendo depois dado orientações claras ao Ministério dos Recursos Minerais e Energias “reforçar a capacidade do Estado na actualização e inventarização do potencial mineiro do existente nesta província e no país, assegurar a exploração sustentável dos recursos minerais existentes por forma a que beneficiem também as gerações futuras, priorizar a exploração, processamento e acréscimo do valor dos recursos naturais que repousam no subsolo”.
 

Novo destino ao gigante Textáfrica

Depois da inauguração, Filipe Nyusi foi ao bairro da Soalpo nos arredores da capital da província de Manica onde dirigiu um comício popular bastante concorrido. No local o Chefe de Estado fez o balanço da sua visita e disse ter ficado satisfeito porque em todos os indicadores a província de Manica cresceu, principalmente na produção agro-pecuária. Disse igualmente ter ficado satisfeito com os conselhos que recebeu da população que indicou quais as acções que o Governo deve tomar para melhorar as suas vidas, tendo citado o pedido para a construção de uma estrada alternativa à Estrada Nacional Numero Um, a construção e expansão de centros de saúde, de sistemas de abastecimento de água, asfaltagem de estradas específicas, alocação de viaturas para a polícia entre outros pedidos que o governo vai ter que atender paulatinamente.

Filipe Nyusi deixou garantia para os residentes de Chimoio de que o seu Governo vai fazer de tudo para ressuscitar a gigante Textáfrica que agora resume-se a ruínas. O Chefe de Estado diz que essa situação não pode continuar “ad eternum” e que já criou uma equipa que deverá nos próximos dias apresentar uma solução sobre o que fazer daquelas infra-estruturas que no passado foram uma das maiores empresas têxteis do país. Nyusi diz que a solução, entretanto, deverá passar pelo sector privado que deverá assumir a fábrica.

O Presidente pediu por outro lado à população de Manica em particular e do país em geral para manter-se vigilante e denunciar os casos de corrupção que acontecem nas escolas, nos hospitais, nas estradas e outras instituições de Estado “porque isso está a empobrecer muito o país, está a atrasar, está a incomodar pessoas, estão morrer pessoas nos hospitais por causa dessas brincadeiras” salientou.

Outra preocupação tem a ver com a desnutrição no país. Pediu às famílias para comerem os produtos que elas produzem nas suas machambas. Disse que no encontro que manteve com criadores da província e nas feiras agro-pecuárias constatou que os produtores aparentam não estar bem nutridos e por isso pediu-lhes para comerem e não só vender aquilo que eles tiram a terra. E que o mesmo devem fazer com as suas crianças, porque quando visitou o Centro de Saúde de Dombe em Sussendenga o pessoal médico disse que a maior parte das crianças daquela região apresentam baixo peso o que significa que as famílias não alimentam adequadamente os seus filhos pelo que apelou à mudança de comportamento observando as recomendações que são dadas pelos enfermeiros nos hospitais.

 

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