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Crise laboral condiciona produção na Açucareira da Maragra

Cerca de quatro semanas depois da suspensão da greve em virtude de um acordo entre o patronato e trabalhadores da Açucareira da Maragra, gerida pela empresa sul-africana Illovo, os dois lados continuam desavindos. Alguns trabalhadores (em anonimato) que não reconhecem a legitimidade do sindicato local, SINTIA, acusam os seus responsáveis de estar a favor do patronato, negociando acordos menos favoráveis à mão-de-obra da fábrica de açúcar. Os trabalhadores em causa queixam-se ainda de supostos casos de intimidação às pessoas que aderiram a greve e de incumprimento de regras de segurança e higiene no trabalho pela empresa, algo que segundo eles está a comprometer a produção.
 
Ainda durante entrevista ao Jornal O País, os outros trabalhadores contaram que o patronato alega crise financeira para não cumprir com alguns direitos laborais, nomeadamente bónus. Assim, as mesmas fontes dizem que sentem-se limitados para exigir alegadamente porque o sindicato local está ao serviço do patronato.
 
Questionado sobre as queixas dos trabalhadores, o representante do sindicato local na Açucareira da Maragra, Alexandrino José, reconheceu que houve durante a greve certa imundície quando o açúcar transbordava devido o sistema de tubagem que estava obsoleto. Mas a fonte garante que o problema já foi resolvido.Quanto aos despedimentos José disse que resultam da reestruturação da empresa devido a crise financeira. Para o ministro da Indústria e Comércio os problemas da Açucareira da Maragra não resultam da crise financeira, mas sim de má gestão. Esse, aliás, é um problema que afecta muitas empresas, segundo o ministro Ragendra de Sousa. É neste contexto, que segundo o ministro, estará em Moçambique uma delegação de empresários estrangeiros que querem investir na indústria açucareira nacional.
 
Por sua vez o Inspector de provincial de Trabalho em Maputo disse que a sua instituição vai averiguar as denúncias sobre despedimentos injustos. No entanto, o inspector Alfredo Langa revelou que, por enquanto, sabe de despedimentos relacionados com a reestruturação da empresa.
 
 Contactada pela equipa do Jornal o País, a direcção da açucareira da Maragra, empresa detida maioritariamente pela sul-africana Illovo, disse não querer falar sobre assunto na imprensa.

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