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Criada rede para eliminar “tradições” que perpetuam violência baseada no género

Para reduzir o índice de violência baseada no género, uniões e gravidezes prematuras, foi criada, hoje, em Maputo, a Rede de Líderes Comunitários contra a violência que vitima mulheres e que se agravou com a crise sanitária influenciada pela COVID-19.

Numa primeira fase, a “Rede de Líderes Comunitários Contra a Violência Baseada no Género” será composta por líderes comunitários e religiosos das províncias de Gaza, Manica e Nampula, que se pretende que sejam agentes de mudança.

A Primeira-Dama da República de Moçambique quer que as actividades da rede resultem directamente na redução das uniões prematuras.

“Pesquisas ilustram que Moçambique tem uma das maiores taxas de prevalência de uniões prematuras a nível de África e do mundo, com uma em cada duas meninas a serem forçadas a se casar antes dos 18 anos. A criação deste organismo deve renovar os nossos compromissos na luta contra a violência baseada no género, um fenómeno que tem complicado o desenvolvimento do país”, disse Isaura Nyusi.

Em nome da Sociedade Civil, Alice Banze, directora executiva da Gender and Sustainable Development Association, em Português, Associação de Género e Desenvolvimento Sustentável, não tem dúvidas de que o envolvimento dos líderes comunitários e religiosos “vai ajudar a cortar o mal pela raiz no que diz respeito a violência baseada no género”.

Em representação da Organização das Nações Unidas, ONU, uma das entidades que vai financiar as actividades do fórum ora lançado, Marie Laetícia, diz que Moçambique regista avanços significativos, mas “a mudança de comportamento tem sido lenta”. Por isso, apela as diferentes forças vivas da sociedade a continuarem firmes.

Desde 2018, segundo dados do Ministério da Saúde e do Género, Criança e Acção Social, são notificados, anualmente, em média, no país, 33 mil casos de violência baseada no género.

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