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“CPLP não pode ficar alheia ao Terrorismo no norte de Moçambique”

O Presidente da Guiné Equatorial diz que o terrorismo em Cabo Delgado, norte de Moçambique, deve ser preocupação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

Teodoro Obiang falava, hoje, na abertura da Cimeira de Negócios, que entende ser este um fórum para melhoria da cooperação empresarial e desenvolvimento dos estados-membros.

A quase 190 quilómetros a sul da linha do equador, no país chamado Guiné Equatorial que, ontem, foi o ponto de encontro de Chefes de Estado, ministros, bancos, diplomatas e empresários da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, CPLP, para debater, na Cimeira de Negócios da Confederação Empresarial, formas de atrair investimentos para o bloco, fortificar laços económicos entre os estados-membros e melhorar o ambiente de negócios.

Duas horas antes do evento, os empresários dos nove países, que integram a CPLP, vestidos a rigor, colocavam a conversa em dia, trocavam impressões enquanto chegavam os convidados de honra, com o destaque para alguns membros do Governo da Guiné Equatorial.

A presença do Presidente Guiné Equatorial estava, até 48 horas antes da cimeira, confirmada, mas, na última da hora, foi adiada, mesma situação que sucedeu com o de São Tomé e Príncipe e esses fizeram as suas intervenções através de plataformas digitais, tal como o fizeram o chefe de Estado da Guiné Bissau e o secretário-executivo da CPLP. Moçambique não esteve representado por nenhum membro do Governo.

Na sua intervenção por ocasião da cimeira, o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, mostrou-se preocupado com o terrorismo em Cabo Delgado, norte de Moçambique e disse que deve, também, preocupar os países da CPLP.

“A República de Moçambique está sendo palco de agressões perpetradas, programadas e financiadas a partir do exterior das suas fronteiras, ceifando vidas humanas, deslocação das populações, destruição de bens pessoais e público, semeando o terror no norte daquele país”, apontou Teodoro Obiang, Presidente da Guiné Equatorial.

Perante esta situação, Obiang entende que a CPLP “não deve permanecer alheia a esta tragédia que ultrapassa a dimensão de simples conflito interno. É uma agressão”.

Já no discurso virado à cimeira, Teodoro Obiang disse ser uma oportunidade para apontar os desafios do bloco enfrenta e buscar soluções para facilitar as trocas comerciais entre os países assim como atrair mais investimentos.

“O nosso desejo é que a comunidade empresarial aproveite esta oportunidade para se constituir numa frente comum na hora de enfrentar os desafios que afectam a sua actividade. Deve, também, aproveitar, ao máximo, as suas respectivas vantagens d participar, activamente, na promoção da cooperação económica dos países da CPLP, tendo sempre como prioridade os países da nossa comunidade”, ansiou o Presidente da Guiné Equatorial.

Via plataforma digital, juntou à cimeira o Presidente de Cabo Verde, João Fonseca que defendeu a criação de facilidades aduaneiras para os países da CPLP dentro do bloco.  “Há necessidade urgente de se criarem soluções conjuntas de protecção recíproca de investimentos, reduzindo ou mesmo eliminando, sempre que possível, a dupla tributação ou ainda que facilitem a circulação de documentos públicos no nosso espaço comunitário sem excessivas sobrecargas de autenticações e reconhecimentos notariais”, exortou João Fonseca, Presidente de Cabo Verde.

Já o Presidente de São Tomé e Príncipe, Evaristo Carvalho, falou da necessidade de os investimentos aos países da CPLP serem feitos de forma sustentável, especificamente, Guiné Equatorial com vive um “boom” de recursos minerais.

“O nosso apelo vai no sentido de olharmos o país com confiança despidos de cultura de imediatismo sem esperarmos o retorno rápido. Com o pensamento no desenvolvimento do país, apostemos, no médio e longo prazo, buscando soluções sustentáveis”, instou Evaristo Carvalho, Presidente de São Tomé e Príncipe.

A abertura da primeira Cimeira de Negócios da Confederação da Empresarial da CPLP coincide com a celebração do dia mundial da língua portuguesa, presente em quatro continentes e com cerca de 300 milhões de falantes.

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