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COVID-19 “revela fraturas no esqueleto frágil das sociedades que construímos”

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, diz que a COVID-19 “revela fraturas no esqueleto frágil das sociedades que construímos. Enquanto flutuamos todos no mesmo mar, está claro que alguns se encontram em iates, enquanto outros estão agarrados a destroços à deriva”.

António Guterres aponta desigualdades, cada vez mais evidentes, devido à pandemia e apela à criação do que considera um “Novo Contrato Social para uma nova era” e de um Novo Acordo Global.

No seu discurso virtual proferido em directo para a Fundação Nelson Mandela, na comemoração do nascimento do Prémio Nobel da Paz, António Guterres disse que “a COVID-19 foi comparada a um raio-X que revela fraturas no esqueleto frágil das sociedades que construímos. Está a expor falácias e falsidades em todo o lado. A mentira de que o livre mercado pode oferecer cuidados de saúde para todos”.

E mais, esse um raio-X desconstrói “a ficção de que o trabalho não remunerado não é trabalho. A ilusão de que vivemos em um mundo pós-racista. O mito de que estamos todos no mesmo barco. Enquanto flutuamos todos no mesmo mar, está claro que alguns se encontram em iates, enquanto outros estão agarrados a destroços à deriva”, sublinhou Guterres, citado pela Euronews.

Em meio a estas desigualdades económicas, sociais e nas relações de poder – no contexto da pandemia do novo Coronavírus –, o secretário-geral das Nações Unidas insiste que é preciso pensar um futuro apoiado em valores humanistas de solidariedade em nome de um Novo Acordo Global orientado para uma “globalização justa, uma vida em equilíbrio com a natureza” e com atenção aos “direitos das gerações futuras”.

Guterres defende que todos devem ter acesso a iguais oportunidades, garantindo, em simultâneo, que o poder e a riqueza são partilhados de maneira justa e que os direitos humanos são respeitados.

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