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COVID-19 interrompe abertura de poços de pesquisa de petróleo e gás em Búzi

A pandemia da COVID-19 obriga a interrupção de abertura de poços de pesquisa de petróleo e gás em Búzi, província de Sofala. O bloco tem como operadores a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos e seu parceiro da Indonésia.

Depois das primeiras tentativas nos anos 60, a pesquisa de hidrocarbonetos em Búzi, na província de Sofala, retomou no início deste ano. A Buzi Hydrocarbons PTE Limitada, BHPL, e o braço empresarial do Estado moçambicano nos negócios de gás e petróleo, ENH, realizaram os trabalhos de perfuração de mais um poço de pesquisa em Maio último, denominado BS-2.

Entretanto, e devido à propagação da pandemia da COVID-19, os operadores deste bloco informaram ao Instituto Nacional de Petróleo, a interrupção das pesquisas.

“Trata-se de uma actividade complexa, levada a cabo por um número considerável de trabalhadores, incluindo expatriados, que devido a obrigatoriedade de cumprir os procedimentos estabelecidos pelo Governo relativos à entrada e saída de bens e pessoas no território nacional, não poderão proceder a devida rotação. Neste momento, as actividades de perfuração estão resumidas à manutenção da plataforma no local”, lê-se na nota publicada na página oficial do regulador.

O furo BS-2, que já atingiu a profundidade de 836 metros de um total de 1548 programados, é o segundo poço de pesquisa da BHPL, em Búzi. O mesmo, encontra-se localizado à uma distância de 1000 metros do poço BS-1 (bloco que já fora alvo de pesquisa em 1962), que atingiu a profundidade total de 1567 metros a 10 de Março de 2020.

O furo BS-1 manifestou ao longo da sua perfuração a ocorrência de gás natural, e aguarda os testes de produção para confirmar uma possível descoberta. Cada um dos furos está orçado em 15.2 milhões de dólares.

“Espera-se que logo que se proceda ao levantamento do Estado de Emergência e as condições de circulação estejam normalizadas, os furos BS-1 e BS-2 sejam completados e devidamente testados com vista a verificar o fluxo e quantificação de gás natural”, refere o Instituto Nacional de Petróleo.

A execução destes poços está inserida no programa de trabalho do respectivo contrato de concessão para pesquisa e produção acordado com a concessionária em 2010, que previa a execução de dois poços de pesquisa no segundo e terceiro períodos de pesquisa, respectivamente. Durante o primeiro período de pesquisa e a anteceder a execução dos poços, a BHPL reprocessou 300 km de sísmica 2D pré-existente, reinterpretou 1650 km de sísmica 2D pré-existente, adquiriu, processou e interpretou 600km de sísmica 2D.

Refira-se, que o contrato de concessão assinado com a BHPL está subdividido em três subperíodos de pesquisa num total de oito anos, tendo sido estendido por mais 12 meses, para permitir a conclusão das actividades acordadas, previstas no segundo e terceiro período de pesquisa.

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