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COVID-19 condiciona celebrações do Eid al-Adha na cidade de Maputo

Por conta da COVID-19, algumas famílias, na Cidade de Maputo, celebraram, esta terça-feira, o Eid al-Adha, uma das festas mais importantes do calendário muçulmano, no meio a muitas restrições, devidos às medidas restritivas impostas para conter a propagação da pandemia.

Com as mesquitas encerradas, as orações foram feitas em casa e as grandes festas, típicas deste dia, foram substituídas por almoços limitados a membros da mesma família.

No bairro da Mafalala, um dos que mais muçulmanos acolhe na capital do país, as ruas estavam “tristes”, com um movimento de um dia como qualquer outro, pois, em dias como este, as ruas estariam cheias de pessoas, com vestimentas a anunciar que se tratava de um dia de festa.

Nadimo Abobacar, muçulmano e residente naquele bairro, disse que “este ano, não há nada, está tudo parado, acordámos e fizemos a oração em casa. Eu, os meus pais e dois irmãos estamos aqui, a seguir com o dia, normalmente”, lamentou.

Segundo Abobacar, se se tratasse de um ano normal, todos os membros da sua família estariam reunidos na sua casa, ou eles na casa de um familiar e “a festa seria grande”.

A situação é confirmada por Taúde, uma criança que afirmou que “este Eid não teve muita graça, foi a pandemia que estragou tudo”.

A casa da família Osman é famosa no bairro da Mafalala, por, em dias festivos, receber gente de toda parte, tanto vizinhos, quanto familiares, para juntos celebrarem a festa muçulmana.

Mas, este ano, a mesa foi posta apenas para acolher as pessoas que vivem na residência.

“Hoje, acordámos e fizemos a oração aqui, em casa. Por saber que não há nada, saí para tratar uns assuntos e voltei. Estamos todos aqui, sem as vestes que costumamos pôr em dias como este e o almoço é mesmo só para nós – os meus filhos e os meus netos”, contou Osman Ali.

A fonte lembrou-se dos anos passados, em que havia fartura, vivacidade e muita alegria, mas este ano foi “manchado” pela COVID-19, que os tirou um membro da família há bem pouco tempo.

“Perdemos um sobrinho há pouco tempo por causa da COVID-19 e, mais do que nunca, sabemos que estas restrições são necessárias e, para além disso, cada um deve cuidar de si, porque esta doença é séria e mata mesmo”, apelou Osman.

Já no bairro da Malanga, a solução encontrada por uma família somaliana foi dividir as celebrações em grupos de 10, ou seja, cada família recebeu 10 pessoas para celebrar o Eid em respeito às medidas preventivas.

Liibaan Ali Food contou ao “O País” que “aqui, em casa, somos 10, entre os membros da família, amigos e os nossos conterrâneos. Como somos muitos (família alargada), preferimos dividir-nos para não passar o dia em branco e não desrespeitar as regras impostas”.

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