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Correios de Moçambique deve mais de 850 milhões a credores

A empresa pública Correios de Moçambique deve cerca de 850 milhões de Meticais a credores e está em discussão como é que a firma que está em liquidação irá pagar essa dívida, segundo a Comissão Liquidatária.

Nos últimos sete anos, a empresa pública Correios de Moçambique apresentou resultados líquidos negativos, o que terá levado a instituição à falência. No entanto, o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) considera viável extinguir a firma do que recuperá-la devido às despesas e dívidas.

Na voz do presidente, a empresa pública não conseguiu ajustar-se às transformações que ocorreram no mercado, especificamente, na área em que opera.

“Para o Governo, é mais fácil extinguir a empresa do que restabelecê-la. Já podem imaginar uma empresa que factura sete milhões e, em termos de salários, gasta cerca de 15 milhões, é totalmente insustentável. A Correios de Moçambique deve a diversos credores 853.9 milhões de Meticais”, divulgou Raimundo Matule, presidente da Comissão Liquidatária da Correios de Moçambique.

A Comissão Liquidatária da firma avançou, também, que diferentes instituições devem mais de 270 milhões à empresa.

“A Correios tem dívida a receber de cerca de 274 milhões de Meticais, resultantes de três áreas diferentes onde se destaca o arrendamento de espaço. Nesta área, várias entidades devem cerca de 200 milhões de Meticais”, disse o presidente.

Os imóveis da empresa pública de prestação de serviços estão avaliados em cerca de 1.1 mil milhões de Meticais sob o ponto de vista técnico e dois mil milhões de Meticais a preço de mercado.

“Foram avaliados em todas as províncias 127 imóveis. O consultor fez a avaliação destes imóveis, usando a metodologia técnica, que tem como objectivo produzir valores para a contabilidade da empresa”, explicou Matule.

As indemnizações aos trabalhadores estão avaliadas em cerca de 390 milhões de Meticais e a empresa não tem condições para pagar de uma só vez.

“Mais de 60 por cento dos trabalhadores da empresa têm pensões fixadas. O valor das indemnizações é demasiado alto e nós não temos o valor a pagar. Já foi discutido com os trabalhadores para uma calendarização de pagamento das indemnizações ao longo dos próximos meses, a partir de Junho”, acrescentou.

O presidente informou, ainda, que está a trabalhar para obter termos de referências para poder determinar o nível sustentável da empresa no seu todo e depois iniciar novas assinaturas de contratos. O certo é que boa parte dos trabalhadores vai perder o emprego e, segundo Matule, será em função do desempenho, formação e experiência de cada um.

Ainda não se sabe o valor patrimonial da empresa pública Correios de Moçambique e, segundo a Comissão Liquidatária da instituição, a avaliação deverá levar mais 30 dias.

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