O País – A verdade como notícia

Coronavírus e os 15 anos do jornal O País

O jornal O País faz hoje 15 anos. Este aniversário celebra-se num contexto da pandemia da COVID-19. Pelos impactos desta doença no país, elegemos este tema para reflectir sobre os seus efeitos em diferentes áreas com artigos de opinião de algumas personalidades nacionais. Igualmente trazemos testemunhos de quem viveu a história do jornal.

 

Temos orgulho de o jornal O País ser 100% digital

Daniel David-PCA do grupo Soico

O jornal O País comemora, hoje, o seu 15° aniversário. Informando e formando os leitores desde 2005, O País faz parte de um espírito multimédia que há anos afirmou o Grupo Soico como uma referência na comunicação social nacional. O impresso surgiu como semanário, no entanto, muito rapidamente assumiu o grande desafio de levar a actualidade aos leitores com uma tiragem diária.

Num contexto difícil e com várias carências, com O País apercebemo-nos que tínhamos de acompanhar o ritmo das vicissitudes sociais, políticas e culturais com eficácia e abrangência.

Assim, o diário impôs-se como um dos grandes investimentos do Grupo Soico no ofício de levar “a verdade como notícia” além-fronteiras. É neste contexto que, em 2015, muitos anos depois de nos tornarmos o primeiro matutino e a cores depois da independência nacional em Moçambique, demos mais um grande passo na maneira de informar aos moçambicanos.

Com uma aposta no digital, posicionamo-nos com a ambição de levar as notícias aos leitores à velocidade de um clique no telemóvel, tablet ou computador. Este foi o princípio de uma nova era, a era do digital, na qual quebramos fronteiras e levamos Moçambique connosco aos quatro cantos do planeta.

Hoje, descontinuamos o papel e temos o orgulho de dizer que O País se tornou um jornal 100% digital, com um site moderno, sofisticado, à altura dos grandes players à escala global.

Posicionamos ao nível das grandes marcas mundiais, acompanhando as mudanças sanitárias e de ordem social em geral que testam a sobrevivência humana. Este é um momento estranho para todos nós, cheio de incertezas, mas, simultaneamente, estamos consencientes de que este é mais um momento de nos ajustarmos aos paradigmas da comunicação moderna. A COVID-19 encontrou-nos a todos desprevenidos, mas o caminho escolhido pelo O País é irreversível. Por isso, dure o tempo que durar para a humanidade vencer a pandemia, estamos convencidos de que o jornal vencerá mais esta batalha como tem acontecido ao longo dos 15 anos de existência.

Portanto, o 15° aniversário do jornal O País é um momento de redefinir estratégias e de agradecer a todos aqueles que desde o princípio acreditaram nesta causa de contribuir na reconstrução de Moçambique, com valores assentes na liberdade de pensamento e de expressão.

 

COVID-19 e os 15 anos d ?O País

Olívia Massango- Directora de informação

Hoje fazemos 15 anos. O nosso brinde será mudo e sem taças. Sem papel e sem leitura tradicional. Mas, felizes por estarmos 100% no digital. Um desejo acelerado pela pandemia da COVID-19. Por não querer contribuir para a propagação do novo Coronavírus, O Grupo Soico, suspendeu a impressão do jornal O País e simultaneamente concretizou um sonho adiado por alguns anos.

A COVID-19 chegou e, subitamente, desacelerou o mundo, mas a imprensa não pediu licença para seguir em frente. Fê-la naturalmente cumprindo o seu inequívoco papel e viu sua importância quintuplicar quanto mais se expandia a doença, causando medo, luto e dor em quase todas latitudes. Em meados do século XIX já a designavam o quarto poder pela sua influência na sociedade, depois do Legislativo, Executivo e Judiciário, que caracterizam as sociedades democráticas. Mas com o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação também surgiram e expandiram-se – à velocidade da luz – as redes sociais, que chegaram a confundir a opinião pública sobre a importância da media. Mas com a COVID-19, o intenso raio de luz que se fez presente na colectividade humana, repôs o brilho que se lhe roubava à luz do dia. Hoje não se questiona: a media é o Poder na ordem do dia.

Na avenida das fake news, é o manequim da verdade, o rosto mais visível de um produto de confiança, lugar mais seguro onde as penumbras das incertezas se dissipam. Portanto, este empurrão da COVID-19 para o digital é um grande motivo de comemoração. Despertamos para a vida, ficamos mais próximos dos nossos leitores e deixámos para trás a densa neblina que obscurecia os trilhos para este mar de oportunidades que é o digital: a nova luz que projecta caminhos, na media e em múltiplas esferas sociais. Saímos da casca, da nossa zona de conforto e entramos nesta viagem acelerada para um mundo repleto de soluções.

Os 15 anos que hoje completamos denunciam a nossa mocidade, tanto quanto a nossa projecção para uma juventude mais responsável. Nascemos com o eterno compromisso público da verdade como notícia, independentemente das transformações que possamos sofrer. Aos três anos deixámos de ser semanal e a preto e branco, embarcámos na entusiástica aventura de ser diário e cores. Com os frenéticos ventos das tecnologias, aos 10 anos nos expusemos à moda, lançando a versão digital do nosso jornal. Uma experiência que internacionalizou ainda mais o nosso trabalho, reforçando a nossa presença no digital estreadaem Setembro de 2006 com o lançamento do site O País. E hoje a COVID-19 arranca-nos docilmente o papel.

Foram realmente 15 anos de muitas transformações típicas de um processo natural de crescimento. Mas nem tudo correu lindamente nos capítulos já vividos. Nos anos que ficam para trás escrevemos a nossa história sem vergar perante os abalos que quase nos roubaram os afáveis suspiros da vida com que sonhamos. O sismo intenso foi em Dezembro de 2006, quando por uma estranha ordem judicial, os homens da lei e (des)ordem levaram todos os nossos equipamentos de trabalho. Um golpe à liberdade de imprensa que nos fez girar numa rotação de susto acelerado com vertigem para o desfalecimento. Mas esta pancada surda que deu pausa ao silêncio fez emergir a nossa veia resiliente.

Lutámos e sobrevivemos. Mais fortes e firmes na edificação de uma sociedade com liberdade de expressão. Não nos permitimos desaparecer porque connosco iria a pedra angular da democracia. Até porque não foi apenas o jornal O País que sofreu a forte bofetada da (in) Justiça. Porque já éramos uma redacção multimédia – com os meios da televisão (STV) e rádio (SFM) partilhados – tudo foi arrestado.

Hoje, estamos num novo capítulo da nossa história. Tanto quanto nos alegramos por estamos no digital a 100%, igualmente nos entristecemos com os abalos do contexto que propiciou esta mudança. A pandemia da COVID-19 também tem os seus senãos. Deixou quase todas economias mundiais inanimadas e fragilizou as empresas de media que viram a publicidade, sua principal fonte de renda, reduzir.

Numa altura em que a importância da imprensa fica mais visível, algumas de menor expressão faliram e quase todos os gigantes encontram-se de pés descalços à procura de soluções criativas para sobreviverem.

Na periferia do mundo, e com a COVID-19 a desfilar entre nós, já nos ressentimos dos seus efeitos, mas acreditámos que para todo mal há um antídoto. Tão depressa surgiu e se expandiu, mas ainda que seja lenta sua morte, fortes seremos para lidar com ela. Precisamos sobreviver porque somos o oxigénio das sociedades democráticas.

O terceiro Presidente dos Estado Unidos, Thomas Jefferson, já dizia que se tivesse que escolher entre um jornal sem governo e um governo sem jornal, preteria o governo. Isto porque ele valorizava a opinião do povo e compreendia que os jornais são os olhos e os ouvidos do povo de que os políticos precisam para governar bem. Em tempos de crise somos um órgão vital, essencial e indispensável. Aliás, no auge desta e de qualquer crise muitos serviços param, mas a imprensa não. É o alimento necessário no cardápio de todos os tempos.

Mas somos importantes porque temos audiência. Por isso nestes 15 anos renovamos o nosso obrigado aos nossos leitores, por perceberem que ao assinar o jornal O País, não só investem no seu conhecimento, como também garantem a nossa existência e contribuem para uma sociedade mais democrática.

Para que continuemos juntos nesta caminhada, seja fiel à prevenção da COVID-19, cumpra com todas as medidas necessárias para travar a sua propagação. E nós tudo faremos para o deixar sempre bem informado. Juntos somos mais fortes!

 

Dois meses de epidemia de COVID-19 em Moçambique: marcos importantes de uma estratégia baseada em evidência científica

Armindo Tiago-Ministro da Saúde

Os primeiros casos do novo coronavírus surgiram na China em Dezembro de 2019. Desde então, este vírus, agora denominado SARS-CoV-2, se alastrou pelo Mundo. A doença causada pelo SARS-CoV-2 é chamada de COVID-19 e é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como sendo uma pandemia.

Actualmente, o Mundo já registou mais de 5,5 milhões de casos e a África conta com mais de 115 mil casos de COVID-19. O nosso país registou já 227 casos e 1 óbito em pouco mais de 2 meses de epidemia.

A resposta a esta emergência de saúde pública é guiada por um plano abrangente e que envolve acções multi-sectoriais.

A definição das acções do Ministério da Saúde, tem, desde os primeiros momentos, sido informada por evidência científica. Deste modo, a principal forma de combate a esta infecção consiste nas medidas de prevenção, sobretudo de higiene individual e colectiva e de distanciamento social.

A vigilância epidemiológica e o diagnóstico laboratorial constituem duas das principais fontes de informação científica para guiar as acções da resposta à COVID-19, e constituem foco principal deste artigo. Evolução da Epidemia da COVID-19 em Moçambique. O continente africano reportou, no Egipto, o seu primeiro caso no dia 14 de Fevereiro, cerca de 45 dias após o primeiro registo na China, tornando-se assim último continente a reportar casos de COVID-19. Nesta data, globalmente já tinham sido reportados 50.580 casos de COVID-19.

Passados 37 dias após o primeiro registo de COVID-19 no continente Africano, no dia 22 de Março, Moçambique registou o primeiro caso de COVID-19. Desde então, o vírus tem-se alastrado pelo nosso país com o seguinte padrão:
• Março: Nas primeiras semanas após a confirmação do primeiro caso, a epidemia foi dominada por casos importados.
• Abril: No dia 01 de Abril foi reportado o primeiro de COVID-19 relacionado ao acampamento de uma empresa multi-nacional em Afungi, Distrito de Palma, Província de Cabo Delgado. Durante o mês de Abril, a epidemia foi dominada pela cadeia de transmissão relacionada a este acampamento em Afungi, que já resultou na identificação de 101 casos de COVID-19 em três províncias do País. Durante este período, o país transitou de um padrão de casos importados para um padrão de transmissão local com casos esporádicos.
• Maio: O mês de Maio foi caracterizado pela mudança do padrão de transmissão, caracterizado pela ocorrência de múltiplos focos de transmissão em locais que até então não tinham reportado casos de COVID-19. Até o dia 10 de Maio, os focos de transmissão estavam concentrados em apenas 3 províncias, nomeadamente Cabo Delgado, Cidade de Maputo e Maputo Província. No entanto, entre os dias 11 e 26 de Maio, foram reportados os primeiros casos em Sofala (11 de Maio), Inhambane (11 de Maio), Gaza (16 de Maio), Tete (17 de Maio), Manica (17 de Maio), Nampula (24 de Maio) e Zambézia (26 de Maio). Actualmente, apenas a província de Niassa ainda não reportou casos de COVID-19. O mês de Maio foi também caracterizado pela mudança no perfil demográfico dos casos de COVID-19, com um aumento de casos em mulheres e crianças e do primeiro óbito associado à COVID-19 no dia 25 de Maio.

Níveis de Alerta para COVID-19 e Implementação de Acções de Prevenção
No âmbito do Plano de Preparação e Resposta a COVID-19, Moçambique definiu os quatro (4) níveis de alerta para a COVID-19, que incluem medidas de prevenção que devem adoptadas a nível nacional de acordo com o padrão de disseminação do vírus a nível global, regional e nacional.

Deste modo, face ao progresso global e regional do vírus,em particular devido ao alastramento da COVID-19 no continente africano, o Governo de Moçambique activou o Nível 1 de alerta da COVID-19 no dia 14 de Março de 2020, num momento em que o país não tinha ainda registado qualquer caso de infecção por SARS-CoV-2.

Estas medidas foram subsequentemente agravadas no dia 20 de Março, com activação das medidas do Nível 2 de alerta para a COVID-19, que novamente, foi efectuada num momento em que o país ainda não tinha reportado nenhum caso de COVID-19. A activação consecutiva destes 2 níveis de alerta antes do registo de casos da COVID-19 no país, demonstram que o Governo sempre privilegiou a prevenção como a estratégia chave para o enfrentamento da epidemia da COVID-19.

Em decorrência da notificação dos primeiros casos da COVID-19, no dia 30 de Março, o país declarou o Estado de Emergência e activou o nível 3 de alerta para a COVID-19, com início a 01 de Abril, num momento em que o país contava com 10 casos positivos. Passados 30 dias, o Estado de Emergência foi prorrogado por um período adicional de 30 dias com início a 01 de Maio.

 

Vigilância Epidemiológica da COVID-19

Moçambique segue as directrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o desenho e implementação dos sistemas de vigilância epidemiológica para a COVID-19. Neste contexto, o MISAU estruturou a vigilância de COVID-19 com vista a assegurar a detecção precoce dos casos e a guiar as acções de controlo a nível nacional.

Segundo as directrizes da OMS, as estratégias de vigilância devem estar ajustadas à fase da epidemia no país. O sistema de vigilância epidemiológica de COVID-19 foi estabelecido utilizando como base os sistemas de vigilância existentes em Moçambique. De modo a maximizar a sua eficiência e coordenação, o sistema é composto por vários componentes que são implementados de maneira contínua e em simultâneo, assumindo, no entanto, importância relativa diferente em função da fase da epidemia. O sistema de vigilância em Moçambique inclui os seguintes componentes:
• Vigilância nos pontos de entrada: iniciada em Janeiro quando o número de países afectados era ainda relativamente pequeno, o número de casos fora da China era relativamente baixo e antes do registo do primeiro caso em Moçambique.

Esta é uma das principais abordagens para a detecção precoce de casos importados e continua a assumir um papel importante até hoje.
• Vigilância de casos suspeitos: iniciada em Janeiro, mas intensificada a partir de Fevereiro. Esta constitui também uma das principais abordagens para a detecção precoce de casos importados, assim como de contactos de casos positivos. Este tipo de vigilância continua a assumir um papel importante.
• Vigilância activa: com o agravamento e expansão geográfica do vírus a nível global, tornou-
se importante a implementação da vigilância como ferramenta para identificação precoce de casos de transmissão local. A expansão da vigilância activa foi iniciada no mês de Março e consolidada no mês de Abril. A partir do mês de Maio, permitiu a identificação dos primeiros focos de transmissão desconhecidos em 10 províncias do país.

• Rastreio e investigação das redes de contactos: O rastreio e investigação das redes de contactos é desencadeado sempre que se confirma laboratorialmente um caso de COVID-19, independentemente da fonte de infecção. Neste contexto, equipes de resposta rápida foram criadas e treinadas em todos as províncias para a realização desta actividade.

Para além destas componentes permanentes da Vigilância de COVID-19, foram estabelecidos e implementados sistemas de vigilância comunitária com o objectivo de monitorar as operações de regresso em massa de moçambicanos, assim como em locais geográficos com situações específicas tais como o Distrito de Palma.

 

Fortalecimento e Expansão da Capacidade de Diagnóstico Laboratorial

Desde o início da epidemia de COVID-19, o diagnóstico de COVID-19 tem sido feito no edifício do Instituto Nacional de Saúde (INS) em Marracuene, Província de Maputo. Esta instituição funciona como o laboratório de saúde pública de referência nacional, e está dotada de instalações, equipamento e recursos humanos que possibilitam a prontidão do país para responder a epidemias. O INS tem vindo a realizar o diagnóstico de vírus respiratórios através de técnicas moleculares desde 2008, como parte da prontidão do sistema de saúde para a resposta a vírus respiratórios pandémicos. Por exemplo, o INS realizou o diagnóstico laboratorial do vírus da influenza A H1N1 durante o pico pandémico desta gripe viral em 2009.

No âmbito da presente pandemia, o primeiro teste de COVID-19 no INS foi realizado no dia 10 de Março de 2020. Desde então a capacidade de testagem do País tem sido fortalecida e o processo de descentralização da capacidade tem sido minuciosamente planificado. O processo de expansão da testagem de COVID-19 está a ser trabalhado numa abordagem com três pilares: expansão da testagem de COVID-19 está a ser trabalhado numa abordagem com três pilares:

I. Aproveitamento de laboratórios de biologia molecular já existentes em instituições de investigação.

II. Aquisição de reagentes de COVID-19 para equipamentos de laboratório clínico já existentes nas unidades sanitárias do país. Esta opção conta com equipamentos já existentes em todas as províncias, e que actualmente são usados para actividades diagnósticas de HIV e tuberculose.

III. Estabelecimento de novos laboratórios de saúde pública para a testagem de COVID-19. Estes serão também de grande utilidade para a vigilância de outras possíveis epidemias numa rede coordenada pelo INS.

O principal factor limitante para a expansão rápida da testagem no nosso país, assim como globalmente, é a disponibilidade de insumos no mercado internacional. Mesmo assim, actualmente, a testagem laboratorial de COVID-19 já decorre também ao nível do Centro de Biotecnologia da Universidade Eduardo Mondlane numa acção conjunta com o INS. Adicionalmente, a partir dos meses de Junho e Julho de 2020, deverá iniciar a testagem ao nível das províncias de Sofala, Zambézia, Tete, Nampula e Cabo Delgado. A partir de Outubro de 2020, apenas 10 meses após o surgimento do SARS-CoV-2 na China, todas as províncias do nosso país terão capacidade para testar para COVID-19 no sistema público de saúde.

Os testes rápidos serológicos deverão também começar a ser usados em breve no nosso país. Estes testes não serão utilizados para diagnóstico de pacientes de COVID-19. Os testes rápidos serológicos serão empregues na vigilância epidemiológica e em estudos sero epidemiológicos para gerar evidência científica sobre a transmissão do vírus.

 

Considerações finais
Foram já estabelecidos centros de isolamento e tratamento médico emtodas as províncias do País, em preparação para um eventual aumentode casos graves no nosso País. Felizmente, até então, apenas um número muito reduzido de pacientes, principalmente com sintomatologia moderada, precisou de cuidados médicos institucionais. As acções de prevenção implementadas antes da Declaração do Estado de Emergência, e principalmente aquelas em vigor durante a vigência dos dois períodos de Estado de Emergência, tiveram um efeito positivo no achatamento da curva epidemiológica e no afastamento do períododo pico de infecções. Mesmo assim, e embora o número de casos que registamos no país seja relativamente reduzido, actualmente a nossa epidemia evolui a uma velocidade inquietante. Enquanto a nível global o número de casos precisou de 30 dias para duplicar, em África e em Moçambique a duplicação do número de casos ocorreu em apenas 15 dias aproximadamente. Neste contexto de aceleração da epidemia, é previsível que focos de transmissão se consolidem em vários locais geográficos de Moçambique nas próximas semanas, e que no pior cenário a transmissão comunitária seja iniciada em alguns centros urbanos. É tempo para que toda a Sociedade se una num esforço colectivo para impedir a transmissão comunitária disseminada. A prevenção é a nossa única arma nesta batalha contra a COVID-19.

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