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Contas no “vermelho” na empresa Correios de Moçambique

A empresa pública Correios de Moçambique obteve prejuízos no valor de cerca de 10 milhões de meticais no fecho de exercício económico do ano passado, ou seja, as receitas foram inferiores que os custos operacionais.

Dívida de mais de 50 milhões de meticais com os trabalhadores, entre outras obrigações em atraso, colocam as contas da empresa pública Correios de Moçambique “no vermelho”.

As contas de 2018 compiladas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), consultadas esta terça-feira, pelo “O País”, revelam prejuízos na ordem de 10 milhões de meticais, ou seja, as receitas da empresa no valor de 187 milhões de meticais, não cobriram os custos operacionais que se situaram nos 197 milhões de meticais.

Em termos de comparação custo-receitas nos últimos três anos, 2018 foi o único ano em que houve prejuízos nessa vertente.

Em 2017, as receitas desta empresa foram no valor de aproximadamente 392.9 milhões de meticais, enquanto os custos operacionais situaram-se 385.2 milhões de meticais. Já no ano anterior, ou seja, em 2016, os ganhos foram de 333.8 milhões, contra custos de 314.9 milhões de meticais.  

Esse resultado negativo, segundo dados compilados pelo Instituto Nacional de Estatística, acontecem num período em que actividade dos correios tem vindo a registar melhorias significativas.

Concretamente, os correios registaram em 2018, mais de 132 mil correspondências nacionais e internacionais, bem como cerca de 80 mil encomendas em 93 estações postais.

Sabe-se que, o Conselho de Administração dos Correios de Moçambique iniciou com a reestruturação da empresa, que definiu como uma das saídas da crise, a redução do efectivo, venda de alguns imóveis e privatização através da venda de quase metade das acções.

GREVE DE ABRIL

Em dificuldades financeiras, meia centena de trabalhadores da empresa Correios de Moçambique entraram em greve, em causa o atraso de pagamento de salários, subsídios de férias, bem como do décimo terceiro salário de 2017 e 2018.
Na altura, o patronato reconheceu o problema e anunciou que vai despedir quase metade dos trabalhadores por forma a fazer face a crise. A polícia foi chamada ao local para amainar os ânimos dos grevistas à entrada do edifício-sede.

A Correios de Moçambique, E. P. é uma empresa pública, dotada de personalidade jurídica e com autonomia administrativa, financeira e patrimonial, que exerce a sua actividade subordinada ao Ministério dos Transportes e Comunicações.

 

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