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Construir uma sociedade e economia do conhecimento

O próximo Fórum do MOZEFO, que se realiza a 22, 23 e 24 de Novembro, em Maputo, terá como tema “Conhecimento, Motivação, Acção: acelerar o caminho para o desenvolvimento sustentável”.

Ao longo das últimas semanas, temos abordado várias temáticas do desenvolvimento. Hoje, fazemos uma reflexão sobre o caminho que as nações devem percorrer para se tornarem economias e sociedades do conhecimento.

A maioria dos economistas do desenvolvimento são unânimes em afirmar que a economia do conhecimento será o fundamento do progresso económico e social no decorrer do próximo século. Contudo, a construção de uma economia e sociedade do conhecimento exige uma mudança de políticas estruturais e um forte investimento no desenvolvimento de capacidades humanas. Para esse efeito, os decisores políticos devem concentrar os seus esforços no desenvolvimento dos quatro pilares de uma economia do conhecimento, conforme definido pelo índice de economia do conhecimento do Banco Mundial.

O primeiro pilar é a educação. Os decisores políticos precisam de implementar medidas ambiciosas não só para aumentar o acesso ao ensino e programas de formação, mas também para melhorar a qualidade e disponibilidade de tais programas, particularmente nos campos técnicos, ao longo da vida profissional dos cidadãos.

A criação de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida é a única forma de permitir que a força de trabalho se adapte às condições tecnológicas, em constante evolução. Um factor crítico de sucesso para a melhoria dos sistemas de educação será a forte aposta na academia, com o objectivo de formar professores de excelência, que promovam a partilha de conhecimento para as gerações mais jovens, bem como o desenvolvimento das actividades de investigação científica.

Por outro lado, uma academia de excelência é fundamental para o segundo pilar de uma economia do conhecimento, que é a inovação. Por enquanto, as economias em desenvolvimento podem tirar proveito do catch-up tecnológico. Contundo, a capacidade de importação de modelos externos é limitada e as nações terão que passar da imitação para a inovação genuína.

No contexto da maioria dos países em processo de desenvolvimento, é fundamental apostar em planos tecnológicos e importação de tecnologia que contribua para a formação da força de trabalho local. Por outro lado, estes países têm a oportunidade de conseguir grandes avanços tecnológicos e saltar etapas.

Para tal, é fundamental um investimento no desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação, terceiro pilar de uma economia do conhecimento, definindo como prioridade o investimento nas infra-estruturas que permitam a implantação de serviços de TIC. A inovação e a adaptação ao contexto local serão factores críticos para este efeito, assim como as políticas reguladoras que promovam a concorrência no sector.

O último pilar de uma economia do conhecimento compreende os incentivos e as instituições. À medida que os países avançam no processo de transformação económica, as empresas precisarão de apoio, para se tornarem competitivas. Por outro lado, é fundamental criar as condições necessárias para alcançar um bom ambiente de negócios, de forma a promover o desenvolvimento do sector privado. Neste sentido, afigura-se essencial construir instituições fortes capazes de promover esta transformação, bem como de assegurar a confiança e capacidade de gestão nos momentos de crise.

Construir uma sociedade e economia do conhecimento é um processo complexo e de longo prazo, exige o envolvimento do sector público, sector privado e sociedade civil. Os dados estão lançados e dependerá de cada um de nós assumir um papel participativo neste processo.

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