O País – A verdade como notícia

Consequências do vendaval vistas à “lupa” pelo INGC

Dezanove pessoas feridas e mais de 900 casas destruídas, é o balanço do vendaval que sacudiu alguns distritos da província de Maputo.

Os dados foram avançados essa terça-feira pela directora-geral do Instituto Nacional de Calamidades, Augusta Maíta, durante a visita que efectuou às vítimas do desastre na província de Maputo. O ponto de entrada da Directora-geral do INGC foi o posto Administrativo de Pessene, onde a administrada distrital e os representantes dos pelouros da saúde, educação e acção social deram o relatório do que sucedera naquela noite do vendaval e os seus impactos.

Depois de ouvir das autoridades locais sobre o que aconteceu no sábado do vendaval, Augusta Maíta visitou os locais directamente afectados pelo temporal. O primeiro ponto escalado foi a Escola Primária de Tenga. Aqui, a directora-geral do INGC foi confrontada por salas sem cobertura e, como consequência, algumas turmas estavam a ter aulas ao relento.

Prosseguindo com a visita, Maíta foi a casa da senhora Mônica Nhabanga que durante o vendaval ficou sem cobertura, mas, como disse, por sorte não ficou ferida. Após a ocorrência, ela foi retirada da casa e neste momento está, temporariamente, alojada na tenda do INGC.

Ainda na província de Maputo, distrito da Moamba, Augusta Maíta foi visitar Gabriel Quive que a sua casa ficou totalmente destruída e não só. Quive conta o drama que viveu na noite do vendaval.
“Quando a casa desabou, eu estava a tentar socorrer as crianças e as paredes começaram a cair e uma das paredes caiu sobre a perna da minha esposa. Ao tentar ver o que se passava com ela, também fui atingido por uma parede”, contou.

Por conta desse sucedido, a sua esposa está internada no Hospital Provincial da Matola e corre o risco de ser amputado o pé. Entretanto, a preocupação não é só essa: “agora estamos a procura de alguém que lhe possa doar sangue. Mas até agora não encontramos ninguém. Já pedi ajuda aos meus pastores e irmãos da igreja, porém, ainda não tivemos sucesso”, acrescentou Quive com um olhar de desespero.   

Afinal, essas famílias e essas escolas são parte de um número grande de infraestruturas e pessoas afectadas pelo vendaval no último sábado em Maputo e Gaza. E Augusta Maíta promete apoiar as famílias e deixou ficar um apelo.
 
“Felizmente, aquilo que tem sido característica dos moçambicanos, mais uma vez falou mais alto. As famílias solidarizaram-se, apoiaram as famílias que estavam nesta situação. Por isso é que até ao momento não houve necessidade de se pensar em abertura de centros de acomodação”, disse Augusta Maíta, directora-geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, acrescentando, porém, que apesar do levantamento ainda estar a decorrer, “já conseguimos identificar algumas famílias que, de facto, ficaram ao relento e nessas circunstâncias, as nossas equipas já estão a montar tendas de abrigo para que as famílias permaneçam lá, temporariamente, até que se encontre uma solução definitiva para as suas casas”, sublinhou.

Ainda assim, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades diz que vai continuar a sensibilizar as populações para não construir em locais susceptíveis a quaisquer tipo de desastres bem como aos municípios para que evitem atribuir terrenos em sítios vulneráveis às calamidades.

“Neste caso que estamos a falar de vendavais que afectam, sobretudo, casas de construção tradicional, é necessário continuarmos a sensibilizar as famílias para que reforcem as coberturas das suas casas e nós como INGC vamos continuar a fazer o nosso trabalho, avançando com panfletos e planilhas que possam dar informação básica à população sobre que tipo de material deve se tomar em consideração o tipo de locais onde estão a construir”, adicionou a directora-geral do INGC.

 

 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos