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Conde quer aproveitar COSAFA para preparar embate contra Zâmbia

Foto: O País

O seleccionador nacional de futebol, Chiquinho Conde, diz que a ideia é aproveitar o Torneio COSAFA para preparar a eliminatória, diante da Zâmbia, de apuramento para o CHAN 2023. Uma vez que a separação de dias entre o torneio COSAFA e a eliminatória para CHAN é de poucos dias, Chiquinho Conde optou por chamar apenas jogadores que actuam no Moçambola e descartar os “estrangeiros”.

Numa entrevista exclusiva ao “O País”, o seleccionador nacional falou das opções dos jogadores para a pré-convocatória, justificou a presença de mais jogadores da União Desportiva de Songo nos 30 pré-chamados e abordou a relação com os seus adjuntos, concretamente com Victor Matine. Passou em revista o sentimento em relação à primeira vez em que poderá treinar a selecção em solo pátrio.

Acompanhe, na íntegra, a entrevista ao seleccionador nacional, Chiquinho Conde.

Mister convocou 30 jogadores para os trabalhos dos Mambas com vista ao Torneio Cosafa. Por que convocou apenas os jogadores internos, enquanto não está vedado o acesso dos internacionais ao Torneio COSAFA?

A ideia inicial seria convocarmos jogadores sub-23, potenciarmos jogadores até da selecção sub-20 para esta competição. Mas a competição do CHAN é já na semana de 24 de Julho e, como tal, vamos aproveitar a possibilidade de podermos fazer, no mínimo, dois jogos na África do Sul e convocar os jogadores que militam no nosso campeonato e que irão fazer parte da selecção para o CHAN

Mister, esta convocatória é dominada pela União Desportiva de Songo. Qual a razão para isso?

São as escolhas que fizemos. Nós temos uma base de dados enorme e em função dos jogadores que militam no nosso campeonato, alguns se transferiram para o Songo, que é, coincidentemente, a maioria dos jogadores, mas não necessariamente porque haja opção ou simpatia por jogadores do Songo. Neste momento, o Songo está em primeiro lugar. São 30 jogadores da pré-convocatória e, depois, a convocatória final far-se-á na próxima semana. Mas não tenho nenhuma grande explicação em relação a isso. Alguns jogadores que estão no Songo estavam a jogar noutros clubes, mas, antes disso, já faziam parte de um leque de base de dados que nós temos.

E quando é que começa a preparação?

A princípio, nós arquitectamos que a semana de 2 a 3 de Julho seja a última jornada do Moçambola e, depois, entraremos em estágio em aproximadamente cinco dias para a preparação, porque temos jogo, no dia 13 [do próximo mês], frente à África do Sul. Significa isso que, inicialmente, a nossa concentração com os jogadores convocados será a partir do dia 5 de Julho e, no fim, serão 23 convocados para este confronto.

Por falar em concentração, Mister já sabe onde vai realizar o jogo do CHAN?

A princípio, tudo indica que será no Estádio Nacional do Zimpeto, e esperamos que, até lá, estejam criadas todas as condições para que seja aprovado. Não passa pela minha cabeça nem de ninguém que o jogo seja realizado fora do país.

O que vai significar, para si, o facto de poder ser o primeiro jogo dos Mambas que poderá orientar no Estádio Nacional de Zimpeto?

É sempre motivo de satisfação jogarmos no nosso reduto. Estamos a falar da selecção nacional. O povo está ávido de jogos e de vitórias e, obviamente, os jogadores também estão com esta gana de poder jogar dentro do nosso público, que nos dá sempre um apoio incondicional. São 30 milhões de habitantes que já são seleccionadores e passarão a ser, naquela altura, adeptos que vão ajudar os jogadores a conseguirem alcançar os resultados positivos.

Falta um mês para o jogo do CHAN, qual é a mensagem que deixa para os moçambicanos?

A minha mensagem é sempre de optimismo e de positivismo. Eu gosto de pensar nas coisas positivas e vejo sempre o seu lado bom e é o que partilho com o meu grupo de trabalho. Uma equipa feliz tem sempre mais possibilidades de fazer resultados positivos, por isso eu privilegio a minha mensagem de força para o grupo, que tem que prevalecer. Quando digo “um grupo”, não me refiro apenas à técnica nem falo só dos jogadores, mas sim à estrutura e conjuntura que se faz para embarcarmos no mesmo caminho e que possamos transformar as coisas difíceis nas mais fáceis.

Como está o seu trabalho com a equipa técnica, particularmente com o seu adjunto, Victor Matine?

CC: O Mister Matine faz parte da minha escolha e da equipa técnica da selecção nacional. Há uma equipa técnica na qual eu sou o seleccionador e existem os outros que são colaboradores da selecção nacional. Uma coisa é que, quando partiu inicialmente para este projecto com Tiago, tínhamos arquitectado uma perspectiva diferente, porque a minha ideia e convicção é que as equipas técnicas têm que ser muito disciplinares e cada elemento deve ter as suas valências. Tiago era mestre do treino, uma parte que estava, efectivamente, endereçada a si. A mim, era mais para estratégia, embora tivesse este cunho da resolução de conteúdos para aquele que é a percepção do nosso modelo de jogo. Mister Matine veio ocupar um espaço que precisávamos e eu achei por bem chamá-lo para nos ajudarmos nessa missão patriótica que não é fácil.

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