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Concorrentes de teatro e música destacam-se na terceira gala do Mozkids Talents

Uma vez mais, o teatro impôs-se ao mais alto nível no MOZKIDS Talents. Na terceira gala desta primeira edição do concurso infantil, organizado pela SOICO em parceria com o Banc ABC, as crianças usaram máscaras, encarnaram personagens, inventaram vidas, pintaram universos e arrancaram gargalhadas do auditório do Cine Scala, na cidade de Maputo, composto por espectadores de diversas faixas etárias. Os meninos dedicaram-se a alegrar a tarde de sábado dos que reservaram parte do seu tempo para testemunhar o nascimento de futuros artistas do país.

Entre as boas actuações na categoria de Teatro, destacaram-se as das irmãs Ramla e Gleyse, 11 e 8 anos de idade, respectivamente, que, sem muitas dificuldades, arrancaram 29 pontos dos membros do júri, dos 30 possíveis. As duas actrizes levaram ao palco uma peça que explora desentendimentos entre vizinhos, movidos pela inveja e fofoca. Com boa exploração do espaço, as duas actrizes levaram ao MOZKIDS Talents uma representação que, acima de tudo, tem na veiculação da moral um propósito. As meninas ensaiaram três dias, com a ajuda da mãe, e o resultado não poderia ser tão esperado. Afinal, o Scala vibrou enquanto as pequenas estiveram em cena. A dupla foi exímia.

A outra dupla que mereceu muita atenção foi a composta por Denilson e Liane. Os concorrentes apostaram numa peça que bem lembrou Os meninos de ninguém, do Mutumbela Gogo, que reflecte os dramas das crianças de ruas, desamparadas e entregues à sua sorte. Os membros do júri, composto por Ivan Manhique, Maria Helena Pinto e Marcelle, convencido pelo desempenho das crianças, deram nota 28, a mesma nota da menina Fernanda, que se insere na categoria de Teatro com um diferencial: encarnar várias personagens nas histórias que conta e representa – a pequena actriz conseguiu ser mais de cinco entidades.

Ainda no Teatro, cinco apurados, a dupla Shelton e Tatiana e Melvin e Denyel coloriram a terceira gala, merecendo, por isso, notas altas. 28 para a primeira, que preferiu enaltecer a importância dos alimentos na peça, e 27 para a segunda, com aposta no saudosismo típico da terceira idade.

Todos estes concorrentes foram apurados para a quarta gala. De fora ficou a pequena Melica, com 25 pontos, foi eliminada.

Com efeito, a categoria de Canto, à imagem da última semana, também foi muito bem disputada. Contribuíram, nesse sentido, as grandes actuações de Juelma, Anícua e, sobretudo, Melony Macaringue. A menina com 12 anos de idade foi altiva, como a sua estatura física, ao cantar “A cry, a smile, a dance”, de Judith Sephuma. Ao ver o desempenho da filha, Berta Macaringue, a mãe da participante, vibrou e ficou deslumbrada porque não esperava que Melony fosse tão capaz.

Na categoria de Canto, na qual 11 crianças foram apuradas, brilhou ainda Luana, Inalda e Tamires Moiane, menina da 3 de Fevereiro que nesta edição do concurso continua a preferir músicas cantadas em rhonga/changana. Desta vez, sobre a sua actuação, um dos membros do júri, Ivan Manhique, disse: “Anita Macuácua pode parar de cantar, que já tem uma substituta”. Maria Helena Pinto também teceu um comentário: “A Tamires é a própria poesia da música”.

A terceira gala do MOZKIDS Talents foi inaugurada por Naira Macaringue, aluna da Escola Primária de Minkadjuine. A candidata somou 26 pontos. Quem esteve ainda melhor foi Kaiany Machava (30 pontos), Ambrosi Langa (30), a dupla Ayusca e Isabel (29) e Anaís Macaringue (28). Também nesta categoria passaram 11 concorrentes.

Quanto à Poesia, outra categoria, com oito apurados, os maiores declamadores foram Khensani Mucavele, que, desta vez, apresentou-se de forma mais delicada em relação aos eventos anteriores. Mucavele somou 29 pontos, e o menino que mais se destacou na gala anterior, Edmilson Chau, teve 27. Ao nível da versificação, o protagonismo foi também para Natoles Manjate, quem declamou “Surge et ambula”, de Rui de Noronha, e, sobretudo, para Ana Milena, primeira classificada, a única que alcançou 30 pontos.

Na quinta categoria, Instrumentos Musicais, cinco apurados, a tarde de sábado foi para Tanaya Cumbane, Fernando Jaime, Igor Sobral, Maya e Shabile Simão.

Assim, no total, passam para a fase seguinte 40 concorrentes.

MOZKIDS TALENTS contribui na formação das crianças

O MOZKIDS Talents é um concurso de descobertas de talentos. Mas, mais do que isso, segundo os pais dos concorrentes, é uma escola, na qual as crianças são formadas ao nível artístico e social. O pai da candidata Inalda, por exemplo, destaca a convivência como um factor vantajoso: “Esta possibilidade de as crianças poderem interagir com outras da mesma idade estimula-as na procura de resultados”, disse Carlos Cumbana. Para a mãe da Ana Milena, Eugénia Chissano, o MOZKIDS é um evento ímpar, inédito, importante para o crescimento e educação de todas as crianças que participam. A mãe da pequena Fernanda, primeira classificada no Teatro, por ter somado mais votos, vê na iniciativa da SOICO em parceria com o BancABC algo de extraordinário porque “é de pequeno que se torce o pepino. Só assim, com concursos desta natureza, podemos ter artistas no futuro”.

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