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Comissão dos sócios da Maxaquene desmente dívida e sanção da FIFA

Foto: LanceMZ

A Comissão dos Sócios do Maxaquene diz que a informação sobre a dívida que o clube tem avaliada em dois milhões de dólares, equivalente a 130 milhões de Meticais, derivada de não pagamento de salários aos jogadores, treinadores e outros funcionários, é falsa. A Comissão de Sócios diz não saber onde se foi buscar a informação que, para eles, só quer desestabilizar a colectividade

Na semana passada, despoletou a informação de que o Maxaquene tinha sido sancionado pela Federação Internacional de Futebol, FIFA, devido a dívidas avaliadas em dois milhões de dólares, cerca de 130 milhões de Meticais. O próprio presidente da Comissão de Gestão do Maxaquene, Domingos Langa, confirmou a informação, tendo dito, na ocasião, que o valor era derivado das dívidas de pagamentos de salários com jogadores, treinadores, funcionários e pagamentos de serviços feitos pela colectividade “tricolor”

Com a notícia veio o choque no seio dos sócios e simpatizantes do emblema “tricolor”. Com o iminente bloqueio da licença do Maxaquene para as competições regidas pela FIFA, muitas vozes se fizeram ouvir. A dos sócios soou mais e esta terça-feira veio a reacção.

E foi pela voz de Efraime Tembe, Presidente da Comissão dos Sócios, que o desmentido ecoou. “Os sócios do clube de Desportos da Maxaquene distanciam-se destas notícias caluniosas e difamatórias que circulam na imprensa e redes sociais. Não sabemos onde foi se buscar esta informação com estes números astronómicos, quem é o mentor, qual a intenção e a finalidade de trazer a público tamanha mentira”, começou por dizer Efraime Tembe diante da imprensa que acorreu à sede da colectividade para ouvir os sócios.

Efraime Tembe negou ainda que o Maxaquene tenha sido impedido de inscrever jogadores e participar das provas de alta competição, pela FIFA, devido à dívida que supostamente tem.

Tembe apresentou, na ocasião, as duas situações que podem impedir um clube de inscrever seus jogadores no sistema TMS, nomeadamente o facto de não apresentar a prova de pagamento de inscrição do atleta junto da associação, avaliado em três mil Meticais em caso de renovação, em 20.000 Meticais em caso de transferência de um atleta de um clube para o outro, e 25 mil Meticais quando se trata de inscrição de um atleta estrangeiro, e quando o clube tiver uma dívida com um jogador, treinador ou trabalhador estrangeiro, com o caso a transitar em julgado na FIFA e no Tribunal Arbitral do Desporto, neste último diante de um recurso de uma das partes.

Para o presidente da Comissão de Sócios do clube “tricolor”, em função destes dois pressupostos, “o Maxaquene não tem nenhum dos casos relatados acima, mais ainda, se houvesse esse bloqueio, a FIFA devia já ter comunicado ao clube e consequentemente seria do conhecimento da FMF, porém, não é o caso”.

A Comissão dos Sócios diz ainda que esta “desinformação” visa desestabilizar o clube e que a equipa principal de futebol vai disputar as provas que merecem disputar este ano. “Vamos competir no campeonato provincial onde não há obrigatoriedade desses requisitos, e salientar que ao longo do ano em curso, e se tudo correr conforme, já com a nova Direcção, o clube vai se organizar e reunir todos os requisitos e condições, para que no próximo ano possa participar nas provas em que estiver inserido, se for no Moçambola”, salientou Efraime Tembe.

Em relação às declarações de Domingos Langa, presidente da Comissão de Gestão do Maxaquene, que apresentou os valores que foram avançados pela imprensa nacional, Efraime Tembe considera que houve erro de câmbio.

A Comissão de Sócios do Maxaquene diz que irá continuar a apoiar o clube, tendo em vista garantir que o emblema “tricolor” regresse ao Moçambola o mais rápido possível.

E como forma de ajudar nas dificuldades que são enfrentadas pela colectividade “tricolor”, a Comissão de Sócios apresentou um pacote de apoios constituído por 30 conjuntos de equipamento de estágios, 15 pares de botas de futebol e bolas.

 

ELENCO PASSADO DISTANCIA-SE DA DÍVIDA E RECONHECE PASSIVO 18 DE MILHÕES DE METICAIS

Ao longo deste processo, Domingos Langa terá referenciado que grande parte das dívidas que a colectividade tem e que obrigaram a FIFA a suspender o clube das provas de alta competição, foram contraídas pelo elenco presidido por Arlindo Mapande, que dirigiu os “maxacas” de 21 de Julho de 2018 a 13 de Setembro de 2019.

Mas também foi uma informação desmentida na conferência de imprensa havida esta terça-feira, desta vez pelo então porta-voz da colectividade, Dadivo José, que fala de um aumento de dívida de apenas 18 milhões protagonizado pela direcção da que fazia parte.

“Quando Arlindo Mapande entrou para o clube a dívida era de 34 milhões de meticais e subiu para 52 milhões de meticais, portanto foram 18 milhões de meticais de aumento e é relativo ao pagamento de trabalhadores, treinadores e atletas, e boa parte dos credores dessa dívida são elementos da anterior direcção do clube”, começou por Dadivo José.

Ademais, “o aumento dos outros credores de 2018 para Outubro de 2019, reflecte o empréstimo contraído junto de alguns membros da direcção. Até final de 2020 o relatório de contas indicava que a dívida do Maxaquene estava em 72 milhões de meticais”, segundo esclarecimento dado por Dadivo José.

Para já, espera-se pelo esclarecimento deste caso na Assembleia Geral da colectividade, que terá lugar entre Abril e Maio deste ano, altura em que será eleita uma nova direcção executiva do Clube dos Desportos da Maxaquene.

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