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Comissão de Inquérito conclui que ultrapassagem irregular causou o acidente de Maluana

Foto: O País

Erro humano, com destaque para ultrapassagem irregular é a causa do acidente de viação de Maluana, na província de Maputo, que matou 32 pessoas.

A conclusão é da Comissão de Inquérito criada após o acidente para aferir as reais causas do sinistro.

Trinta e nove dias após sua criação, a Comissão de inquérito apresentou, sexta-feira, os resultados da investigação, em que foram ouvidos os condutores das três viaturas, foi feita a reconstituição do acidente e foi feito o inquérito a várias instituições, as pessoas que estiveram no local durante o incidente, aos condutores de longo curso, médicos, polícias de trânsitos e outras figuras e foram examinadas as viaturas.

E uma das primeiras constatações é que o acidente ocorreu num lugar aberto e devidamente sinalizado, próximo à uma curva e uma escola, ou seja, haviam sinais verticais que indicavam a aproximação de uma curva e a passagem de peões.

“O autocarro que saiía da Beira para Maputo tentou fazer uma ultrapassagem irregular, e num sítio impróprio, onde havia uma linha contínua e essa ultrapassagem não era viável, e quando se apercebeu que a frente vinha uma viatura tentou frustrar a manobra e quando frustrou a manobra, atingiu o carro que vinha em sentido contrário, daí que foi bater um carro que estava em frente”, disse o Presidente da Comissão, José Mutchine.

A Comissão de Inquérito concluiu, ainda, que a viatura que transportava areia, e que seria ultrapassada, não estava em movimento no momento do sinistro, como se disse inicialmente, no relatório preliminar, e sim estacionada e sem nenhuma sinalização.

“Ouvimos automobilistas da Junta, que passaram pelo local do acidente horas antes, e vimos que a viatura estava lá avariada e estacionada”, disse e acrescentou que “as causas do acidente, praticamente, foram erro humano, houve uma ultrapassagem irregular, velocidade excessiva das viaturas”, referiu.

Outro dado avançado por Mutchine é que no piso não havia sinais de travagem, o que segundo o resultado do inquérito os motoristas envolvidos no acidente não tiveram tempo para travarem as suas viaturas que só foram imobilizados metros depois do local do embate.

Fadiga é outra causa apontada também como factor que contribuiu para a ocorrência do acidente, uma vez que o condutor da transportadora “Nhancale” dirigiu por mais de 15 horas com apenas 15 minutos de descanso.

“O autocarro partiu da Beira por volta das quatro horas e o motorista não teve o descanso necessário, que permita que ele não esteja com esta fadiga, não devia ter dirigido por mais de oito horas seguidas”, disse o presidente da Comissão.

A culpa do acidente é atirada, igualmente, às autoridades que controlam o trânsito, por falta de fiscalização às viaturas, durante as suas viagens.

Conforme disse, “se as autoridades tivessem agido conforme a lei manda, deviam se ter apercebido e interrompido a marcha do autocarro ao invés de deixa-lo fazer esse percurso, para nós isso concorreu para o acidente”.

A fonte sublinhou que a velocidade e o facto de as viaturas estarem carregadas contribuiu grandemente, para o sinistro.

À Comissão de Inquérito, o condutor culpado pelo acidente disse que ia a uma velocidade entre 80 a 90 quilómetros por hora, mas segundo os cálculos feitos, a informação não constitui verdade, pela gravidade do acidente.

Os investigadores disseram, ainda, que as condições da via, naquele troço, são boas e apesar de existirem algumas patologias, as mesmas não contribuíram para a ocorrência do acidente, que matou 32 pessoas, feriu 27 e causou danos materiais avultados.

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