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Comissão Ad Hoc da AEMO repudia comunicado do secretariado

A Comissão Ad Hoc da AEMO repudia e distancia-se do comunicado de imprensa divulgado pelo secretariado da AEMO, referente à transparência do processo eleitoral e à admissão dos novos membros da agremiação.

Há uma semana, a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) enviou à imprensa um comunicado assinado pelo Secretário-Geral da agremiação a 22 deste mês de Março. O documento dizia que houve uma reunião a 9 de Março, envolvendo a Comissão de Verificação (Ad Hoc) constituída em Assembleia-Geral e a Comissão Eleitoral, tendo, por um lado, estas concluído não haver quaisquer indícios tendentes à viciação do processo eleitoral na AEMO.

Por outro lado, o comunicado de 22 de Março dizia ainda que se constatou, por lapso de digitalização, uma repetição de certos nomes, em número de cinco, juntando-se a este erro simples de preenchimento das fichas de candidatura, por parte de alguns dos 35 escritores candidatos à categoria de membro efectivo da AEMO. Quer isto dizer que a lista de 40 novos membros apresentada no dia da eleição, 5 de Março, tinha cinco nomes a mais.

Em virtude do que ficou acordado nos encontros mantidos para se encontrar soluções que viabilizem o processo eleitoral, Carlos Paradona, candidato à sua própria sucessão, disse, semana passada, que estavam ultrapassadas as questões que dividiam as duas listas candidatas ao cargo de Secretário-Geral.

Acontece que, nesse mesmo dia, Lucílio Manjate, outro candidato a Secretário-Geral da AEMO, contradisse a nota assinada pelo actual secretariado. O escritor Lucílio Manjate apenas reconheceu que no encontro do dia 9 de Março definiu-se uma nova data para as eleições, 2 de Abril. Quanto ao resto, distanciou-se, dizendo o seguinte: “Em primeiro lugar, penso que, a fazer-se um comunicado de imprensa, este deve ser emitido pela Comissão Ad Hoc criada para a verificação do processo de adesão dos 40 novos supostos membros. Tanto é que a mesma Comissão ainda está a trabalhar. Fico espantado com um Comunicado emitido pelo actual Secretariado pois, ao ignorarem a Comissão Ad Hoc, emitindo um comunicado unilateralmente e faltando grosseiramente à verdade, mancham todo o trabalho já realizado pela mesma Comissão e coloca em causa a continuidade dos trabalhos, cuja retomada foi marcada para o dia 2 de Abril”.

Ora, esta quarta-feira, foi a vez da Comissão Ad Hoc intervir. Igualmente através de uma nota de imprensa, a Comissão Ad Hoc, no documento assinado pelo poeta Armando Artur e pelo professor universitário Gilberto Matusse, reagiu ao comunicado de imprensa de 22 de Março nos seguintes termos: “Repudiamos e distanciamo-nos do posicionamento apresentado no comunicado, porquanto não ​reflecte os pontos de consenso alcançados ao longo das reuniões, incluindo a que foi realizada com os dois candidatos a Secretário-Geral, conforme atestam as actas dos trabalhos”.

Esta quarta-feira, reagindo à nota de imprensa da Comissão Ad Hoc, o Secretário-Geral da AEMO em exercício, Carlos Paradona, respondeu que o secretariado da AEMO está livre de emitir qualquer comunicado que entender e que o comunicado emitido a 22 de Março vai de acordo com o que está registado em acta que a própria Comissão Ad Hoc assinou. “Outra coisa, eles deviam repudiar aspectos concretos do comunicado. Isso eles não dizem, o que revela enfermidade mental. O comunicado está em conformidade com a acta da reunião da Comissão de Verificação. Mas é estranho que a nota de imprensa deles esteja assinada apenas por duas pessoas, e os outros três membros?”.

Os outros membros da Comissão Ad Hoc, além de Armando Artur e Gilberto Matusse, são Manuela Xavier, Isabel Manjate e Custódio Duma.

O QUE DIZ A SEGUNDA ACTA SOBRE A REUNIÃO DA COMISSÃO AD HOC? 

No dia dezassete de Março de dois mil e vinte e dois, pelas dezasseis horas, teve início na Sala de Reuniões da AEMO a segunda reunião da Comissão Ad Hoc composta por Filimone Meigos (Presidente da Mesa da Assembleia da AEMO), Armando Artur, Manuela Xavier, Gilberto Matusse e Custódio Duma, tendo como pontos de agenda:

  1. Apresentação e aprovação do Relatório da Comissão Eleitoral sobre a situação dos

Candidatos a Membros da AEMO;

  1. Coordenação com as duas Cabeças-de-listas para a marcação da nova data da continuidade da Assembleia Eleitoral.

Quanto ao primeiro ponto da agenda, a Comissão Eleitoral apresentou o seu relatório por escrito, tendo concluído que da lista dos trinta e cinco candidatos, somente três reuniam condições para a sua admissão e posterior capacidade eleitoral. O restante dos candidatos devem regularizar a sua situação antes da Assembleia Eleitoral. Ficou ciente e aprovado.

Quanto ao segundo ponto da agenda, tendo sidos chamados a sala os Candidato Carlos Paradona e Lucílio Manjate, foi-lhes apresentado o relatório da Comissão Eleitoral, com que concordaram e decidiu se o seguinte:

  1. a) Fica marcada a continuidade da Assembleia Eleitoral para o dia dois de Abril, podendo desde já o Presidente da Mesa da Assembleia convocá-la para esse dia pelas 9 horas com único ponto de Agenda: a eleição dos órgãos sociais da AEMO;
  2. b) Cada lista concorrente pode indicar um membro observador junto a Comissão Eleitoral, e apresentá-lo ao Secretariado da AEMO até ao dia 25 de Março;
  3. c) O Secretariado da AEMO deve convidar os candidatos a membros da Associação com irregularidades para saná-las até ao dia 25 de Março;
  4. d) A partir do dia 28 de Março a Comissão Eleitoral deve trabalhar a lista final de eleitores;
  5. e) A Comissão Eleitoral deve mandar publicar a lista final dos eleitores até ao dia 30 de  Março”.

O documento foi assinado pelo Presidente da Mesa da Assembleia da AEMO, Filimone Meigos, e por Custódio Duma, da Comissão Ad Hoc, no dia 17 de Março.

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