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Comando-Geral da PRM sem interacção com jornalistas há dois meses

A instituição que tem como função garantir a segurança e a ordem públicas e combater infracções à lei não fala aos órgãos de comunicação social, há mais de dois meses, e não se digna explicar as razões.

Todas as terças-feiras, o Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) emite, através de uma rede social, um comunicado, diga-se lacónico, com o seguinte conteúdo: “O Departamento de Relações Públicas informa que não haverá o habitual briefing”.

Na mesma comunicação, aquela instituição do Estado compromete-se a enviar o comunicado de imprensa nos endereços electrónicos dos jornalistas de diferentes media que cobriam as suas reuniões.

Praticamente, aquela instituição fechou-se em copas, porque os comunicados que envia à imprensa colidem com um dos princípios básicos do jornalismo, o de questionar. E questionar sempre!

O último contacto que aquela entidade manteve com jornalistas, no fórum em alusão, foi em Fevereiro, antes de o anterior porta-voz, Inácio Dina, transferir-se para a província de Manica, na sequência de ter sido indigitado director da Ordem Pública.

Nas suas comunicações, o Comando-Geral da PRM fala da delinquência na generalidade e deixou de efectuar actualizações sobre os ataques armados em Cabo Delgado. E destaca, sempre, que regista um desempenho acima de 80% no que à prevenção e combate à criminalidade diz respeito.

Facto curioso é que no informe que a Procuradora-Geral da República (PGR), Beatriz Buchili, leva amanhã ao Parlamento diz que a criminalidade recrudesceu no ano passado, mormente os homicídios e roubos.

“A prevenção e o combate à criminalidade constitui imperativo dos órgãos de administração da justiça. O ano de 2018 caracterizou-se pelo recrudescimento de homicídios e roubos, que pela forma violenta de execução e número de vítimas, criaram instabilidade na sociedade”, segundo a PGR.

“Continuam preocupantes os casos de violação de menores de 12 anos, com destaque para os perpetrados pelos próprios pais”, diz a PGR, salientando que todos os segmentos da sociedade devem participar na adopção de medidas e estratégias para fazer face ao crime.

 

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