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Cinco por cento dos medicamentos que entram no país são falsos e de baixa qualidade

Cinco por cento dos medicamentos que entram no país são de baixa qualidade e falsificados, facto que pode causar diversas doenças e, em casos mais graves, levar à morte, principalmente de crianças.

Outros dados, apresentados esta segunda-feira pelo ministro da Saúde, Armindo Tiago, indicam que, em 2014, Moçambique ocupou a sexta posição, numa avaliação feita a 14 países africanos sobre a contrafação de fármacos.

Do universo de 550 milhões de medicamentos contrafeitos apreendidos, 3,3% eram de Moçambique.

“De acordo com os dados do Sistema de Monitoria e Vigilância Global, do qual Moçambique é membro, foram reportados, em todos os continentes, casos de medicamentos falsificados e África foi o mais afectado com 42% das notificações”, disse Tiago, acrescentando que, nos países em desenvolvimento, um em cada 10 medicamentos é de baixa qualidade.

No país, os antibióticos, estimulantes sexuais e fármacos usados no tratamento para COVID-19 são os mais falsificados e, conforme avançou Tiago, para além de causar danos à saúde, os medicamentos falsos e de baixa qualidade causam desperdício financeiro.

Isso porque “por se investir em produtos que não funcionam para o doente e que propiciam o rendimento de redes criminosas através do branqueamento de capitais e subsídio a actividades clandestinas, corruptas e criando um sistema de atentado público”, detalhou o governante.

A situação preocupa, não só as autoridades governamentais, como também outras. Como forma de evitar que medicamentos falsos entrem cada vez mais no país, o Governo, em parceria com a USAID e outros parceiros, disponibilizaram um total de oito dispositivos que vão permitir analisar a autenticidade dos fármacos, ou seja, saber se são ou não falsos e a sua qualidade.

Trata-se de um equipamento portátil e que, segundo a Presidente do Conselho Administrativo da Autoridade Nacional Reguladora do Medicamento (ANARME), Tânia Vuyeya, “vai oferecer à ANARME condições e mecanismos de triagem rápido, simples e económico, para identificar equipamentos de baixa qualidade e falsificados em circulação no território nacional”.

Os dispositivos doados estão orçados em cerca de 150 mil dólares e estarão nos pontos de entrada de medicamentos do país. Com o instrumento, a PCA da ANARME acredita que haverá garantia de que os produtos farmacêuticos em circulação no país serão de qualidade, seguros e eficazes.

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