O País – A verdade como notícia

Chuva provoca estragos na cidade da Beira

Foto: O País

Desde a noite da passada quarta-feira, a cidade da Beira está a ser assolada por mau tempo, que já está a causar danos aos munícipes que residem em áreas com problemas relacionados às redes de escoamento das águas pluviais.

A água da chuva inundou as ruas e residências e os munícipes pernoitaram a pé ou em cima das mesas e cadeiras, tal como nos bairros Vaz, Munhava, Chipangara e Manga.

“Eram cerca das 23 horas quando, de repente, começou a chover torrencialmente e, em menos de uma hora, as águas da chuva começaram a entrar na nossa residência. De forma surpreendente, o nível começou a subir e, antes de uma hora de madrugada, as águas já estavam acima de meio metro. Tivemos que abandonar as camas e subir para cima das mesas e procurar pontos altos ou improvisar para garantir que os bens alimentares não fossem danificados ou mesmo arrastados. Estamos nesta situação há várias horas e, tendo em conta o mau tempo, teremos uma noite também muito sofrida, pois as chuvas não abrandam e os níveis das águas continuam preocupantes”, contou Timóteo José, residente no bairro Vaz.

O mesmo cenário vive-se no bairro Manga. Vasco Caetano, um dos residentes daquele bairro, explicou que as enchentes no seu bairro começaram a verificar-se quando a edilidade autorizou a construção de obras de grande magnitude naquela área residencial, como armazéns. Os proprietários destas infra-estruturas fizeram aterros e todas as águas são escoadas para as nossas residências. Já solicitamos dezenas de vezes ao Município [da Beira] para resolver o problema, mas até agora nada”, lamentou Caetano.

Refira-se que, nos últimos tempos, sempre que chove torrencialmente na Beira, são repetitivos cenários de inundações nalguns bairros, devido a construções desordenadas e obras de grande envergadura.

A edilidade diz que está ciente disso e que já foi criada uma comissão técnica para evitar estes problemas e eliminar os que existem através de construção de bacias de retenção.

“Todos os terrenos dos munícipes que constroem sem aterrar ou então com cotas baixas servem, infelizmente, de uma espécie de bacia de retenção das águas que são escoadas em locais mais altos. Estamos atentos a estes problemas. Os investidores nacionais e estrangeiros já sabem que qualquer aterro deve ser feito na presença dos nossos técnicos de saneamento e drenagem, com vista a colocarmos um ponto final a estes desníveis. Temos estado a dialogar com os munícipes e os empresários para evitarem mais problemas e estamos a resolver os que já existem. Temos o projecto de construção de mais seis bacias de retenção e várias valas de drenagem para minimizarmos o problema”, disse.

O INGD garantiu que está no terreno para fazer o levantamento dos danos e que, nas primeiras horas desta sexta-feira, serão anunciados os primeiros dados oficiais sobre os estragos.

A previsão indica que continuará a chover na Beira até à tarde desta sexta-feira.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos