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Chissano diz que falta intercâmbio e livre circulação de pessoas nos países-membros da CPLP

O intercâmbio económico e a mobilidade dos cidadãos na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) ainda são insatisfatórios, considera o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano. O ex-estadista defende, ainda, que a comunidade foi criada com o propósito de apoiar e potenciar os projectos dos estados-membros.

O antigo estadista moçambicano entende que os 25 anos da CPLP foram de muitas realizações, contudo defende a necessidade de se melhorarem alguns aspectos, destacando a questão da mobilidade dos cidadãos.

“Em 1996, fizemos o lançamento de um pensamento e de ideais, foram surgindo realizações e debates e houve progressos, mas é preciso trabalhar-se mais, pois falta a liberdade de movimento. Fico sem saber porquê até hoje estamos a falar desta questão; penso que levamos muito tempo e este foi um dos primeiros assuntos a ser posto à mesa”, explicou Chissano.

O antigo dirigente avançou, ainda, que “para chamarmos de comunidade, é preciso que haja esse símbolo de comunidade que pressupõe liberdade de movimento. É preciso avançarmos com isto com cautela, fazendo um estudo profundo”.

A cooperação económica no espaço lusófono é outro aspecto que o antigo estadista considera insatisfatório.

Para Joaquim Chissano, os países deste bloco precisam estabelecer intercâmbio entre si. “É preciso empoderar os países e alavancar o seu potencial empresarial. Os empresários devem melhorar as suas capacidades para poderem fazer uso das riquezas que existem na região e encontrar formas de estabelecer uma cadeia de valores que os une a outros países desenvolvidos”.

Uma das alternativas de solução, defendidas pelo antigo Presidente da República para os projectos conjuntos dos países da lusofonia, é a criação de um fundo comum da CPLP, para potenciar a cooperação entre os países da organização.

“Eu creio que vale a pena se debater para se encontrar uma forma de criar e definir um fundo comum da CPLP para potenciar a cooperação entre os países-membros”, frisou Chissano, explicando que “a cooperação não pode ser ajuda de um lado para outro; é preciso que a força empresarial existente em cada país seja desenvolvida e, para isso, é necessário esse fundo”.

Joaquim Chissano postula, ainda, que os países devem promover a paz e a solidariedade na região.

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