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Chefe do Estado-Maior General da Renamo desmobilizado no âmbito de DDR

Nove altos oficiais da Renamo, com destaque para Timóteo Maquinze, chefe do Estado-Maior General da Renamo, passaram à vida civil na tarde de hoje, na cidade da Beira, no âmbito do processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR).

O momento histórico contou com a presença do líder da Renamo, de um representante das Nações Unidas, de deputados da Assembleia da República pela bancada da Renamo e foi testemunhada pela secretária do Estado da província de Sofala.

Refira-se que Timóteo Maquinze, que se encontra a recuperar-se de uma enfermidade, foi visitado há cerca de três meses, no Hospital Central da Beira, pelo Presidente da República, onde manifestou o desejo de ver o processo chegar ao fim de forma pacífica. Hoje, pouco depois da sua passagem à vida civil, Maquinze reiterou o desejo de ver este processo fechar com sucesso e aproveitou a ocasião para, mais uma vez, exortar os dissidentes da Renamo, que ainda se encontram nas matas, liderados por Mariano Nhongo, a juntarem-se ao processo.

“Julgo que, neste momento, nada justifica a permanência dos guerrilheiros nas matas. Chegou o momento de cada um de nós contribuir para o crescimento das nossas famílias, assim como para o desenvolvimento do país. Mais uma vez, apelo aos nossos irmãos, que ainda estão nas matas empunhando armas, para se juntarem a este processo”, referiu Maquinze.

Por sua vez, o líder da Renamo, Ossufo Momade, referiu que o General Maquinze é uma figura incontornável no meio da “perdiz”, pois foi um dos construtores da Renamo e esteve sempre ao lado do falecido presidente Afonso Dhlakama.

“O General Maquinze, que hoje passa à disponibilidade, foi um dos construtores da Resistência Nacional Moçambicana e, nas suas várias fases, nunca abandonou a causa pela qual lutávamos. Como sinal do seu compromisso para com a Renamo, o General Timóteo Maquinze prontamente juntou-se ao nosso herói Afonso Dhlakama quando se abrigou nas matas de Gorongosa, por causa das perseguições de que era vítima, em 2012. Nesta cerimónia de desmobilização de um dos homens mais incontornáveis do  processo democrático, não temos como pagar a sua dedicação ao serviço de Moçambique que esteve sempre compaginada com os ideais de André Matsangaisse, Afonso Dhlakama e de todos os moçambicanos que, em várias frentes, lutaram por um Moçambique democratizado, unido e desenvolvido”, elogiou Momade.

A desmobilização do Chefe do Estado-Maior General da Renamo foi testemunhada pela secretária do Estado da província de Sofala, que referiu, na ocasião, que “o DDR, sendo um processo, nem tudo é simples. O mais importante é que todos nós temos de estar cientes de que este é o caminho para a pacificação do país e temos de recorrer aos diálogos e engajamentos para ultrapassar os desafios”.

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