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Cerca de três décadas após fim do genocídio, refugiados ruandeses em Moçambique regressam à sua pátria

Foto: O País

Ruanda está a apoiar o repatriamento de cidadãos refugiados daquele país. Passados cerca de três décadas do fim do genocídio, os cidadãos acreditam que a situação que os obrigou a abandonar o seu país tenha mudado.

Musayinna está há oito anos no solo moçambicano. Uma mulher que se viu intimidada pelo cenário de violência que se viveu em 1994 no Ruanda e decidiu abandonar o seu país. Com malas feitas junto da sua família, decidiu regressar à sua terra de origem com nova esperança.

“Houve relatos de que teríamos uma segunda guerra no nosso país. Entretanto, escolhemos fugir para Moçambique. Mas, depois de algum tempo, chegam boas informações indicando que há paz no Ruanda, por isso decidimos voltar à casa”, referiu.

São cerca de 19 cidadãos que, esta segunda-feira, aguardavam o voo de regresso à sua pátria. Miyonsenoa Domoties diz estar confiante na segurança e paz que o seu país apresenta hoje.

A Embaixada do Ruanda em Maputo está a suportar as despesas de regresso dos ruandeses ao abrigo de um programa de reintegração dos refugiados. O regresso é voluntário e as autoridades esperam receber mais pessoas interessadas em retomar às origens.

Genocídio do Ruanda durou cerca de 100 dias, entre 7 de Abril e meados de Julho de 1994, período durante o qual foi levada a cabo uma campanha sistemática de massacres pela maioria Hutu contra a minoria Tutsi.

A violência foi desencadeada pela morte do presidente do país, um Hutu, cujo avião em que viajava foi abatido na véspera do dia 6 de Abril de 1994. Não se tratou de incidentes isolados ou de confrontos esporádicos, mas sim de uma campanha preparada e sistemática, destinada a eliminar toda a população Tutsi, de forma geral e indiscriminada.

Calcula-se que tenham morrido entre 800 mil a 1 milhão de pessoas durante este período de pouco mais de três meses, enquanto a guerra civil terá causado cerca de dois milhões de refugiados.

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