O Brasil é o segundo país mais afectado pelo coronavírus no mundo, com mais de 70 000 mortos até ao momento, dos mais de 1 milhão e 800 casos confirmados. Embora o número de recuperados também seja alto, ultrapassando 1 milhão e duzentos.
Em meio ao número elevado de casos no país latino, está um presidente cuja aparições e intervenções à volta da doença têm criado divisões no seio da opinião pública. Jair Bolsonaro que acusou positivo à doença, tem sido por uns, criticado e, por outros, elogiado, com decisões como a do apoio à hidroxicloroquina para o combate ao vírus, por exemplo. Os brasileiros residentes em Moçambique têm acompanhado com preocupação o desenrolar dos factos.
“O País” conversou com Josias Dias Neves Júnior, arquitecto de profissão e residente em Moçambique há 38 anos, que confessou “desconfiar dos dados que têm sido publicados pelas autoridades de saúde. É tudo politiquice”, expressou o arquitecto.
Josias considera que sua estadia em Moçambique é sua maior salvação para o momento e, para o Brasil, espera situação melhorada.
“Vou voltar ao Brasil para questões de visita. Mas não para viver lá. Estou bem em Moçambique”, afirmou o entrevistado, que lamentou os números elevados no país de origem.
Em anonimato, outra brasileira considerou terrível a situação que o país atravessa, e disse augurar que o quadro não piore.
“Embora ainda não tenhamos cura, acredito que em breve tudo poderá voltar à normalidade. Não apenas no Brasil, mas também em Moçambique, onde temos acompanhado a evolução da doença”, assinalou.
Ainda na condição de anonimato, outra cidadã brasileira disse acreditar que apesar de Bolsonaro ser controverso, suas decisões têm sido acertadas por salvarem a economia.
“Penso que ele tem uma equipa que o apoia na tomada de decisões”, afirmou ao “O País”, sublinhando que “se não tivesse as decisões tomadas, a economia brasileira teria colapsado”.