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Carlos Paradona apresenta-se como candidato certo para Secretário-Geral da AEMO

Desenvolver a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO). Este é o interesse do candidato ao cargo de Secretário-Geral daquela instituição, Carlos Paradona Rufino Roque. Segundo o escritor, a decisão de avançar com a candidatura traduz a convicção de uma colectividade, que nele encontra os pilares para dinamizar a literatura nacional: “Quero ser Secretário-Geral da AEMO para ir ao encontro de desejos de vários confrades que confiam em mim e julgam ser eu a pessoa mais indicada para substituir Ungulani Ba Ka Khosa”.

Carlos Paradona conhece a AEMO desde a sua fundação e acompanhou os trabalhos que terminaram com a Conferência Constitutiva, a 31 de Agosto de 1982. Também por isso, o escritor acredita que é a pessoa certa para levar a bom porto os propósitos da agremiação, pois, ao longo das décadas, acumulou muita experiência, importante para um Secretário-Geral que se quer consensual.
Ao referir-se ao seu programa, Carlos Paradona sublinhou que a AEMO, neste momento, atravessa um período notável, graças ao bom trabalho desenvolvido por Ungulani Ba Ka Khosa, nos últimos anos, na valorização da literatura e da cultura moçambicana. Ainda assim, o escritor advoga que se devem abrir ainda mais as portas da casa, valorizar o que foi feito, sim, mas ampliando os horizontes com a apresentação de novos projectos e ideias.

Porque não só de livros vive um escritor, Carlos Paradona quer investir num plano de saúde para os membros da AEMO, de modo a ampará-los em casos de necessidade. De igual modo, mesmo para fortalecer a imaginação dos criadores, se for eleito Secretário-Geral, Paradona promete criar uma casa de férias, na qual os escritores e poetas possam fazer um retiro, abster-se do mundo e daí reunir as condições de que necessitam para fomentar a produção literária.

Neste percurso à liderança da AEMO, Carlos Paradona conta, na sua equipa, com Mbate Pedro (para o cargo de Secretário-Geral-Adjunto), Aurélio Furdela (vogal para área editorial), Delmar Gonçalves (Vogal para Colaboração Internacional), Filimone Meigos (Presidente da Mesa da Assembleia-Geral) e Paulina Chiziane (Presidente do Conselho Fiscal). Segundo entende o candidato, este elenco reflecte uma mistura de gerações, pois está preocupado em unir os escritores.

Mas por que os membros da AEMO devem votar em Carlos Paradona Rufino Roque? Convicto, o candidato respondeu: “os membros devem votar em mim porque trago novas propostas e apareço com nova mentalidade literária. Quero colocar os autores no centro da sua actividade literária, portanto, valorizando-lhes. Além disso, é minha pretensão aumentar o número de livros publicados pela AEMO. E a meta passa por editar obras dos autores moçambicanos noutros países, sobretudo em Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Portugal e, por que não, Alemanha e Espanha”. Acrescentando, o candidato finalizou: “os livros moçambicanos devem chegar ao mundo, seja em que língua for”.
Além de escritor, Carlos Paradona é proprietário da Chil Editora. Caso venha ser eleito Secretário-Geral, garante que não haverá nenhuma colisão com a AEMO, que também edita livros.

A Assembleia Geral electiva da AEMO vai reunir-se a 6 de Outubro, e contará com Pedro Chissano, Domingos Pedro e Iracema de Sousa como membros da Comissão Eleitoral Constitutiva.
 
O TRAJECTO DO ESCRITOR QUE QUER SER SG
 
Carlos Paradona Rufino Roque nasceu a 29 de Maio de1963, em Inhaminga, Sofala. É Doutorando em Ciências Sociais e Políticas na área de Desenvolvimento Socioeconómico, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas – Universidade Técnica de Lisboa; Doutorando em Estudos Africanos, no Instituto Universitário de Lisboa; mestrado em Sociologia Industrial e Estudos Laborais, pela Universidade de Pretória (RSA) e Licenciado em Direito, Universidade Eduardo Mondlane. É membro da AEMO desde a sua fundação, onde desempenhou a função de Secretário-Geral-Adjunto, entre 2008-2012. É Membro do Centro de Estudos Africanos e Brasileiros, na Universidade Técnica de Lisboa; Membro Fundador do Centro de Estudos Estratégicos da Universidade de Trans-os-Montes (Portugal). É professor universitário. Como escritor, colaborou com Diário de Moçambique, Jornal Domingo, revista Tempo, Charrua, Forja e Eco. Foi membro do júri do Grande Prémio SONANGOL de Literatura, de Angola. Actualmente, é Advogado e Investigador em ciências sociais. Tem os seguintes livros publicados: A Gestação do Luar (poesia, 1991), Tchanaze, a donzela de Sena (romance, 2009), N’tsai Tchassassa, a virgem de missangas (Romance, 2013), Carota N’tchakatcha, feitiços e mitos (Romance, 2018).
 

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