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Candidatos iniciam hoje caça ao voto para a eleição intercalar

O MDM parte para a corrida eleitoral com o objectivo de manter Nampula sob seu domínio, depois de ganhar a gestão da terceira maior cidade do país nas eleições autárquicas de 2013. Para isso, o MDM aposta em Carlos Saíde, um empresário de 48 anos e que já serviu como vereador da Urbanização no executivo de Mahumudo Amurane.

Já a Frelimo entra na disputa para recuperar a cidade que perdeu para o MDM em 2013, tendo apostado em Amisse Cololo, de 58 anos. Além de docente na Universidade Católica de Moçambique, o candidato da Frelimo dirigiu o secretariado da Assembleia Provincial de Nampula e já foi director provincial do Trabalho.

A eleição intercalar de Nampula marca o regresso da Renamo às autárquicas, depois do boicote das quartas eleições de 2013. Para testar a sua popularidade na chamada capital do norte, a Renamo apostou em Paulo Vahanhe, professor de profissão e deputado da Assembleia da República.

O Partido Humanitário de Moçambique volta a apostar em Filomena Mutoropa, a candidata que em 2013 chorou copiosamente quando viu seu nome excluído dos boletins de voto. Os órgãos eleitorais tiveram que anular o processo em Nampula e marcar uma nova eleição, onde saiu vitorioso o candidato do MDM, Mahumudo Amurane.

O partido Acção de Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI) escolheu o seu líder Mário Muquissince, de 54 anos, para candidato a presidente da terceira maior cidade moçambicana.

A eleição intercalar em Nampula realiza-se três meses depois da declaração do impedimento permanente do edil local, Mahumudo Amurane, assassinado a 4 de Outubro do ano passado. O crime perpetrado em pleno Dia da Paz ainda não foi esclarecido e desconhece-se ainda os suspeitos.

Dos cinco candidatos que concorrem à eleição intercalar em Nampula, três aceitaram prestar declarações na véspera do início da campanha. “Nós temos a nossa máquina política bem afinada para a campanha eleitoral. Gostaria de aproveitar esta ocasião para apelar aos nossos membros e simpatizantes a serem ordeiros durante a campanha eleitoral”, disse Mário Albino Muquissince, Apesar do optimismo, o candidato do AMUSI alega que o processo está a sendo marcado por elementos que propiciam fraude, como o aumento de cadernos eleitorais.

Carlos Saíde, que concorre pelo MDM, disse estar preparado para lutar pela manutenção de Nampula nas mãos do seu partido. “Temos a obrigação de dar continuidade ao manifesto eleitoral do MDM que estava a ser implementado pelo nosso colega Mahumudo Amurane”.

Já Paulo Vahanhe disse estar moralizado porque conhece o terreno e conta com o apoio dos munícipes. Entretanto, o candidato da Renamo também denuncia irregularidades no processo: “Detectamos isso na comparação dos cadernos eleitorais de 2013 e dos actuais. E uma delas é a existência de cadernos de outros distritos na delegação dos órgãos eleitorais da cidade de Nampula”. Na verdade, estas irregularidades já foram denunciadas publicamente pela Renamo, que exigiu aos órgãos eleitorais a sua correcção.

A campanha eleitoral termina no dia 21, três dias antes da votação.

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