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Canário quer voar para BAL

Fotos: O País

O último grande título data de 2001, ano em que partiu para o “Nacional” da Beira como “outsider”.

No agora “moribundo” pavilhão dos Desportos da Beira, Milagre “Mila” Macome, então treinador dos “canarinhos”, colocou em sentido a super-favorita Académica, verdadeira constelação de estrelas.

Sim, caros patrícios, senão vejamos os “galácticos” que lá pontificavam: Raúl Machanguana, Mauro “Penta Cruel” Matai, Jaime “Trinitá” Lourenço, Sete Elias Muianga, Beto Matsolo, Custódio Muchate, Januário Mbeve, entre outros.

Sem grande pressão, Helmano Nhantitima, Guilherme Cabral, Valigy Samanjo, Octávio Magoliço (na altura com 18 anos) e os gémeos Fernando e Sansão Matavele chegaram ao trono do basquetebol moçambicano.

Seguiram-se anos de “seca” com modestas participações nos campeonatos nacionais com os resultados desportivos a resumirem-se apenas no terceiro lugar nos “nacionais” de 2008 e 2017.

Em 2016, após quase três décadas de canário ao peito (como jogador e, depois, como “coach”), Milagre Macome abalou para o Ferroviário de Maputo.

Nos últimos três/quatro anos, há uma viragem na abordagem do basquetebol no Costa do Sol sob ponto de vista de investimentos. É neste sentido, no caso específico dos masculinos, que a equipa ganha musculatura com a contratação de vários atletas internacionais.

Em 2017, já sob o comando de Miguel Guambe, o Costa do Sol terminou em terceiro lugar após vencer a A Politécnica, por 64-50, no jogo de atribuição do terceiro lugar.

No ano seguinte, o Costa do Sol chegou à final do Campeonato da Cidade, tendo perdido com  o Ferroviário de Maputo.

Mas, na Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal, quedou-se em quarto após derrota com a A Politécnica 65-57.

Veio a temporada 2019, novos horizontes e ambições renovadas. Falhou-se o acesso à final do Campeonato da Cidade com uma derrota diante da A Politécnica, por 49-40, no jogo cinco dos play-offs das meias-finais, fazendo o três a dois na série.

Mas o Costa do Sol não deixou de acreditar que podia, e como, fazer mais e mais! Em Setembro de 2019, os “canarinhos” qualificaram-se para a final da Liga Moçambicana de Basquetebol Mozal, ao vencerem o Ferroviário da Beira por 78-74, no jogo três dos play-offs das meias-finais.

Miguel Guambe e seus pupilos venceram a série dos play-offs das meias-finais a melhor de três por 2-1.

Na final, o Ferroviário de Maputo foi mais forte vencendo a série dos play-offs por 3-0. Este ano, o Costa do Sol elevou ainda mais a fasquia. E outra coisa não seria de esperar!

Os “canarinhos” foram ao mercado contratar os internacionais basquetebolistas moçambicanos David “Mano” Canivete, Ivan Machava, Octávio Magoliço, Luís “Lulu” de Barros e Klaus Bunguele.

Para além destes nomes, o Costa do Sol apresenta outras opções como Nilton Seifane, Francisco Braga, Daniel Maveure, Egídio Zandamela, Asmilton Ribeiro, Titos Benjamim, Danilo Cumbe, Dércio Mula e Edmilson Paxixe.

É com esta estrutura que, no passado mês de Julho, o Costa do Sol bateu o Ferroviário de Maputo 94-77, em desafio da fase regular do Torneio Nutrição.

Depois, na final, realizada no pavilhão da Universidade Eduardo Mondlane, os “canarinhos” foram novamente enormes ao baterem os “locomotivas” da capital por 82-67.

Mais esclarecido na quadra, o conjunto de Miguel Guambe controlou o primeiro quarto, etapa em que saiu a vencer com o parcial 25-9.

O Ferroviário de Maputo ainda esboçou uma reacção, mas no final da primeira parte os “canarinhos” venciam por 12 pontos: 44-32. O terceiro quarto foi igualmente dominado pelos “canarinhos” que lideraram com parcial de 61-53. No derradeiro quarto, os “canarinhos” conseguiram um parcial de 21-14, vencendo a partida por 15 pontos: 82-67.

É um título que galvaniza, certamente, o grupo de trabalho. Mas os atletas querem mais, a começar pelo Torneio de Apuramento à Liga Africana de Basquetebol, prova que arranca sábado no pavilhão do Maxaquene. E a estreia será, precisamente, diante de um Ferroviário de Maputo que pretende voltar a estar na Liga Africana de Basquetebol, depois do quinto lugar alcançado na edição de estreia em Kigali, Ruanda.

 

EQUIPAS CONFINADAS

As quatro formações que irão disputar o Torneio de Apuramento à Liga Africana de Basquetebol, nomeadamente Ferroviário de Maputo, Costa do Sol, Ferroviário da Beira e Desportivo Maputo, deverão assegurar o confinamento de todos elementos ligados às mesmas, sendo que estão proibidos de ter contactos com terceiros fora da competição, para além de garantirem os testes PCR até 48 horas antes do arranque da prova.

Ainda de acordo com o cumprimento do protocolo sanitário, a organização irá fazer testes rápidos aleatórios durante todas as jornadas, pelo menos uma hora antes dos jogos. Mais: garante o confinamento dos árbitros, oficiais de mesa, comissários e o delegado da Liga Moçambicana de Basquetebol.

A Liga Moçambicana de Basquetebol adverte que, em caso de desistência da prova após confirmação por escrito em impresso próprio, como definido no acto de inscrição e independentemente da antecedência do arranque da prova, implicará a suspensão da equipa por um período de dois anos de quaisquer actividades da agremiação e pagamento de uma multa graduada em 30 salários mínimos.

A prova será lançada no próximo dia 2 de Setembro, data em que se realizará o sorteio, e uma reunião técnica em local ainda por indicar.

As quatro equipas têm até o dia 2 de Setembro para fazerem a inscrição mediante o pagamento de 35. 000 mt (trinta e cinco mil meticais).

As mesmas têm a prerrogativa de inscrever 15 jogadores sem limite de estrangeiros, sendo que somente dois podem estar na ficha de jogo.

O Torneio de Apuramento será disputado num sistema de todos contra todos numa única volta, seguindo-se o cruzamento entre o primeiro e o quarto e segundo e terceiro. A final será disputada num “play-off” a melhor de três jogos.

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