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Cada turma passa a ter 45 alunos a terem aulas todos os dias

Foto: O País

O Governo decidiu alargar o número de alunos por turma, passando dos anteriores 30 para 45. Com esta decisão, os estudantes voltam a ter aulas todos os dias e passam de um para dois alunos em cada carteira.

Durante estes dois anos, desde a eclosão da pandemia da COVID-19, as escolas imprimiram mudanças profundas, baralharam calendários, reduziram a carga horária e, como consequência, os alunos passaram a ter aulas apenas três vezes por semana, mas tudo indica que essa será apenas uma lembrança.

Isto porque, em quase dois anos de pandemia em Moçambique, pela primeira vez o Governo decidiu alargar o número de alunos por cada turma, para mais de 30, como resultado da redução da letalidade da pandemia da COVID-19, segundo avançou, esta quarta-feira, a porta-voz do Governo, Ludovina Bernardo.

“O Governo, atendendo à situação e melhoria daquilo que é a propagação da COVID-19, autorizou o alargamento do número de alunos por turma de 30 para 45 e isso vai permitir o aumento da frequência semanal da escola e também reforçar o contato entre professor e aluno”, anunciou.

Esta medida vai exigir dos gestores escolares uma ginástica maior, para poder se juntar às anteriores turmas e formar novas, com 45 alunos cada.

Rafael Conho, director da Escola Secundária Nelson Mandela, conta que a decisão é positiva, uma vez que vai devolver a dinâmica do estabelecimento.

“Para seguirmos a orientação de 45 alunos por turma, significa que vamos juntar as turmas de 25, mas teremos um remanescente de mais 5 ou 10. Para isso, teremos que juntar este remanescente e formar novas turmas”, explicou.

O gestor olha para o processo em duas vertentes, sendo primeiro a reestruturação dos horários já definidos e conhecidos por todos, mas também na questão de disponibilidade de salas.

“A nossa escola tem 13 salas e tínhamos 52 turminhas. Ao juntar, teríamos 26 turmas com 45 alunos cada. Mas, por causa do remanescente, provavelmente tenhamos 28 a 30 turmas”, disse o gestor, tendo acrescentado que, já que as orientações do ano passado eram de 25 a 30 alunos por turma, o ideal seria alargar para 60.

Apesar de haver uma média de 5 a 10 alunos que poderão sobrar durante a formação das turmas, Conho avança a possibilidade de se voltar à anterior carga horária.

“Penso que o propósito é voltarmos a aulas todos os dias e isso é um ganho, pois o processo de ensino-aprendizagem, na óptica de rotatividade, deixava algumas lacunas em termos de tempo de trabalho dos professores com os alunos”, disse Rafael Conho, director da Escola Secundária Nelson Mandela.

Como consequência desta decisão, na sala de aulas, passa-se de 1 para 2 ou até 3 alunos por cada carteira. O desafio será garantir o distanciamento entre os alunos.

“Anteriormente, os alunos sentavam 1 em cada carteira, estando distanciados, mas, com 45 por turma, seria impossível manter. Todavia, faremos de tudo para que, mesmo estando dois em cada carteira, haja separação”, referiu Rabeca Muchuane, directora da Escola Primária Avenida da FPLM.

Com o alívio das medidas de prevenção da COVID-19, o sector da educação caminha paulatinamente para o regresso à normalidade, contudo o grande desafio será garantir o pleno respeito ao protocolo sanitário, que deverá ser actualizado, de acordo com a nova realidade.

As escolas aguardam por uma instrução ministerial que vai orientar a sua actuação.

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