A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse, ontem, que o continente africano precisa de mais de 470 milhões de vacinas, até ao final deste ano, para combater a pandemia da COVID-19, perante um corte de 150 milhões de doses da Iniciativa COVAX, que visa garantir acesso global a vacinas.
O continente africano enfrenta um défice de quase 500 milhões de doses, face ao seu objectivo global de vacinar um total de 40% da sua população contra a COVID-19, até ao final de 2021. O consórcio COVAX foi, ainda este ano, forçado a cortar cerca de 150 milhões de doses ao continente devido a burocracias.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, com o corte de milhões de doses, espera-se, agora, que sejam entregues 470 milhões de doses no continente africano, este ano, que serão suficientes para vacinar apenas 17% da população.
Apenas 2% dos quase seis bilhões de doses distribuídas globalmente foram administradas em África. A União Europeia e o Reino Unido vacinaram mais de 60% da sua população.
De acordo com Matshidiso Moeti, directora regional da OMS para África, as proibições de exportação e o açambarcamento de vacinas dificultam o fornecimento dos imunizantes à África. E, enquanto os países ricos bloquearem a COVAX fora do mercado, a África falhará os seus objectivos de vacinação.
Este défice surge num momento em que África acaba de ultrapassar um total acumulado de oito milhões de casos de infecção pela doença.