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BM alerta para riscos de subida generalizada de preços em 2018

O Banco de Moçambique alertou, ontem, que há vários riscos no país que podem permitir o aumento da inflação no próximo ano (2018), embora este ano (2017), a tendência seja de queda generalizada de preços até Dezembro.

Falando na habitual conferência de imprensa, após a reunião do Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique, o governador, Rogério Zandamela, avisou que um dos riscos de subida de preços no próximo ano é o prolongamento do congelamento do apoio externo directo ao Orçamento do Estado, que vai exigir medidas adicionais de ajuste fiscal por parte do Governo e a aceleração de reformas.

Como resultado, Rogério Zandamela considera que os problemas que o país atravessou no ano passado (2016) e em grande parte dos últimos meses poderão continuar em 2018, caso a  suspensão dos doadores continue.
“Com todo o esforço que a Autoridade Tributária faça, não há como, no curto prazo, compensar esses cortes substanciais da ajuda externa”, diz o governador do Banco Central.

A inflação poderá ser de dois dígitos em 2018, prevê o Banco Central e reforça que os riscos de pressão inflacionária mantêm-se elevados. No entanto, o Banco assegura estar preparado para impedir que a situação se materialize. 

O nível de endividamento público interno continua a aumentar. Este é também um risco. Dados do dia 25 de Outubro de 2017 mostram que o endividamento público interno aumentou para 100,5 mil milhões de meticais contra os 97,7 mil milhões reportados na última reunião do Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique realizada a 10 de Agosto. 

Este endividamento evidencia, em parte, as dificuldades que o sector público vem enfrentando na mobilização de recursos para financiar as suas despesas, num contexto em que não se vislumbra, no curto e médio prazos, o retorno do apoio externo directo ao Orçamento do Estado, o que traduz a prevalência de um risco fiscal elevado, refere o Banco Central.

Outros factores de risco a ter em conta estão associados aos fenómenos climáticos extremos, à volatilidade dos preços das “commodities” e ao ambiente político nos países vizinhos, com destaque para a África do Sul, os quais, a materializarem-se, poderão condicionar a trajectória desejada dos preços de bens e serviços.

Mesmo perante os riscos assinalados, os administradores do Banco de Moçambique reduziram de forma moderada as taxas de juro.

Assim, com efeitos imediatos, o Banco decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 50 pontos base, para 21,00%; a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FPC) reduziu em 50 pontos base, para 22,00%; a taxa de juro da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) registou uma queda de 50 pontos base, para 15,50%; por outro lado, os administradores do Banco Central decidiram reduzir, com efeitos a partir de 7 de Novembro, o coeficiente de

Reservas Obrigatórias para passivos em moeda doméstica e estrangeira em 100 pontos base, para 14,00%.
 

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