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Banco Mundial prevê aumento de inclusão e estabilidade financeira em Moçambique

O Banco Mundial prevê que Moçambique aumente a inclusão financeira e a estabilidade nos próximos anos. Este prognóstico foi avançado há dias, em Washington DC, capital norte-americana, após aprovar uma doação de USD 40 milhões.

"Estou satisfeito com a aprovação desta doação, particularmente, devido ao seu enfoque em possibilitar e ampliar o acesso para os grupos pobres e mais vulneráveis, bem como, facilitar a gestão de riscos, reduzindo a sua vulnerabilidade a choques", disse Mark Lundell, director do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Maurícias, Seychelles e Comores.

Acrescentando, que "esse financiamento ajudará mais indivíduos e famílias a terem acesso a produtos e serviços financeiros úteis e acessíveis, incluindo contas de transações básicas, que atendam às suas necessidades".

Isto é particularmente importante nas zonas rurais, onde as pessoas chegam a despender até uma semana ou o equivalente a cinco dias de salários, apenas para receber o seu ordenado ou fazer um pagamento electrónico.

O Banco Mundial entende que uma conta de transação é o primeiro passo para uma inclusão financeira mais ampla, pois permite que as pessoas amealhem dinheiro, enviem-no e recebam pagamentos. Em linhas gerais, isso será implementado por meio de medidas técnicas e consultivas para aumentar o uso de contas de transações, facilitando a digitalização de pagamentos do Governo e o desenvolvimento de um programa para melhorar o ecossistema para transações eletrônicas, particularmente em áreas rurais.

O projecto também apoiará a educação financeira e campanhas de consciencialização entre potenciais titulares de contas e empresas, particularmente aquelas pertencentes a mulheres, e financiará ainda, a criação de um novo registro de garantias móveis para promover o acesso ao financiamento.

Apoiará os esforços para aumentar a capacidade do fundo de garantia de depósitos e disponibilizará apoio institucional para melhorar a supervisão do sector financeiro e aprofundar os mercados internos de capital.

O projecto está alinhado com a primeira área de enfoque do quadro de parceria de Moçambique (2017 – 2021), que visa promover um crescimento diversificado e aumentar a produtividade através de um maior acesso ao financiamento.

O mesmo está em linha com a implementação da Estratégia de Desenvolvimento do Sector Financeiro do Governo para 2013–2022, que visa promover a estabilidade do sector financeiro, melhorar o acesso a serviços financeiros e inclusão financeira e ainda, aumentar a oferta de capital privado para o desenvolvimento.

Até 2022, e mercê da implementação da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira, o Executivo de Maputo prevê aumentar o acesso a serviços financeiros de 25% a 60% da população adulta.

"Este projeto apoiará os esforços do Governo para empreender reformas priorizadas para aprofundar os mercados financeiros, promover o acesso a serviços financeiros essenciais, melhorar as redes de segurança financeira e melhorar a supervisão das instituições financeiras em linha com as prioridades e estratégias nacionais", disse Julián Casal, economista-sénior do Banco Mundial.
 
RITMO LENTO DA ECONOMIA
Entretanto, o conselho directivo desta instituição financeira internacional, refere que o país moderou o seu ritmo de crescimento económico, que agora está pouco acima do crescimento populacional. O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de uma média de 7% em 2010-15 para 3% em 2016-18.

A redução das exportações, a consolidação fiscal e a política monetária mais rígida, contribuíram para a desaceleração, que se espera, deverá continuar a médio prazo. O crescimento não foi inclusivo e não se espera que a dependência do sector extrativo e de minerais gere oportunidades de renda suficientes para o influxo anual líquido de candidatos a emprego.

"Os esforços para alocar mais recursos para as Pequenas e Médias Empresas e para diversificar a economia são necessários para apoiar um crescimento mais inclusivo", aponta o Banco Mundial.

Acrescentando, que "o desenvolvimento do sector financeiro é importante para o crescimento económico e a redução da pobreza.

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