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Banco Mundial diz que Moçambique acelerou na redução da pobreza

No seu mais recente estudo sobre a economia moçambicana, o Banco Mundial reitera que o país deve diversificar as suas fontes de crescimento (agora dependente da indústria extractiva). Sobre a pobreza, a instituição refere que há um aumento do ritmo da redução deste indicador.
 
A informação foi avançada, esta terça-feira, em Maputo, pelo pesquisador Sam Jones, da Universidade das Nações Unidas, durante a conferência anual sobre o crescimento inclusivo em Moçambique.
 
“Moçambique aumentou o ritmo de redução da pobreza”, este é um dos destaques da mais recente avaliação do Banco Mundial sobre o país, que mais uma vez, volta a insistir na mesma tecla, ou seja, reduzir a forte dependência na indústria extractiva como fonte de desenvolvimento económico.

Para esta instituição financeira internacional da Bretton Woods, “a economia moçambicana tem vindo a sofrer uma transição estrutural gradual em sentido positivo”, situação que impulsionou o rendimento per capita, estabeleceu a produtividade como o motor do crescimento nos últimos anos e aumentou o ritmo da redução da pobreza.

Porém, o estudo do Banco Mundial identifica potenciais riscos futuros consideráveis a nível macroeconómico, nomeadamente um cenário de preços mais baixos para as principais commodities de exportações (carvão, alumínio e tabaco), sobretudo se as importações voltarem a subir.

“Uma recuperação na procura de importações, se não for acompanhada por um melhor desempenho nas exportações de sectores-chave, como agricultura e energia, e um aumento no investimento, provavelmente aumentará as necessidades de financiamento externo da economia e aumentará a pressão sobre as reservas do Banco Central”, refere o estudo citado pelo Macauhub.

Lembrando, que a indústria extractiva tem estado a impulsionar a economia de Moçambique e ainda o fará mais com o início da exploração de gás natural em 2023, mas o país precisa de um modelo de crescimento mais amplo.

“As indústrias extractivas não serão suficientes. Um foco intensivo e ambicioso na obtenção de diversificação, aumentando a produtividade rural e proporcionando um acesso mais generalizado aos serviços nos esforços nacionais de desenvolvimento é essencial para o crescimento inclusivo”, adianta.

No início de 2018, Moçambique obteve a decisão final de investimento para o desenvolvimento do projecto de gás natural Coral Sul, na bacia do Rovuma, que deverá entrar em produção em 2023.

O Banco Mundial aponta ainda que Moçambique começa agora “a emergir de um período de elevada volatilidade macroeconómica”, dois anos após as revelações das “dívidas ocultas” terem desencadeado uma recessão económica significativa.

O actual período é caracterizado pela estabilidade do Metical, que ajudou a reduzir a inflação de 26% no seu pico em Novembro de 2016 para pouco mais de 5% até Agosto de 2018, enquanto um rápido aumento nas exportações de carvão ao longo de 2017, equivalente a 7% do Produto Interno Bruto (PIB), apoiou uma melhoria na balança comercial e a recuperação das reservas do Banco Central para sete meses de cobertura de importações.

O crescimento económico tem vindo a abrandar para a casa de 3%, abaixo dos 8% em média na década anterior, com uma diminuição da procura privada, especialmente nos serviços, que foi o maior impulsionador do crescimento nos anos anteriores à crise económica, reflectindo a redução no poder de compra do consumidor, especialmente para as famílias cujos rendimentos não acompanharam a subida de preços.

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