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Banco de Moçambique reduz taxa de juro de referência

Logo depois da Reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), o Governador do Banco de Moçambique anunciou, em conferência de imprensa, as decisões tomadas pela instituição: a taxa de juro de política monetária, que é a taxa de referência, baixou em 150 pontos base.

Outra redução foi na taxa de juro de facilidade permanente de cedência, de 19 para 18%, tendo a facilidade permanente de depósito mantido nos 12.5%. O Banco não mexeu nos coeficientes de reservas obrigatórias em moeda nacional (14%) e moeda estrangeira (22%).

Apesar dos juros entre os bancos estarem a reduzir, o Banco Central reconhece que o mesmo não está a acontecer com a taxa cobrada pela banca aos seus clientes. Embora tenha poder de impor a redução das taxas, o Banco de Moçambique prefere negociar com os bancos.

“Nós, como autoridade monetária, temos controlo sobre certos componentes da taxa activa que os bancos praticam com os seus clientes e como têm vindo a observar, essa componente da taxa final ao consumidor praticada pela banca, a parte que nos compete, ela tem vindo a cair. E também temos nós consciência que a taxa que está a ser praticada pela banca com sua clientela não tem caído na mesma proporção, nem nos níveis desejados”, referiu Rogério Zandamela, governador do Banco de Moçambique.

O governador acrescenta ainda, referindo-se aos bancos comerciais, que “há comentários que dizem quando nós subimos a taxa, eles sobem um a um e quando nós baixamos a taxas, aí já há rigidez. E é um debate legítimo. Nós também estamos a observar esse fenómeno. Já há bom tempo estamos a trabalhar com a banca para lidar com essas situações, para podermos ter um melhor entendimento de como a banca aplica as suas taxas com o público. Há um trabalho bem avançado, mas neste momento, seria prematuro vos dizer o que é que vamos alcançar. Trabalhamos no sentido de colaboração, sem confrontação. Poderíamos tomar decisões unilaterais, o banco tem todos os poderes de fazer isso”, explicou Zandamela.

Rogério Zandamela refere ainda que devido a pressões no início do ano, a taxa de câmbio chegou a atingir o pico de 62.92 meticais por cada dólar em Março, depois de ter estado em níveis melhores, mas a situação melhorou, passando para 60.98 meticais no dia 10 de Abril.

Zandamela fala ainda dos desafios actuais do país e o destaque vai para insustentabilidade da dívida pública a nível nacional e a nível internacional aponta como riscos, o protecionismo do comércio internacional. “Dados recentes indicam que o endividamento público incrementou para 107823 milhões de meticais em Março, após 104697 em Fevereiro de 2018”, informou.

Já em termos de inflação, o Banco de Moçambique prevê que o país feche o ano com uma taxa inferior a 10 porcento, embora actualmente se situe acima de 15 por cento. O Banco Central espera ainda um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) moderado este ano.

BM assegura que bancos sancionados já pagaram multas

O Banco de Moçambique informou, hoje, que os bancos comerciais sancionados esta semana por violação de diversas leis financeiras já pagaram as multas que pesavam sobe si. O governador da instituição, Rogério Zandamela, diz que o Banco Central podia ter sido mais rigoroso e avisa que se os bancos voltarem a violar aquelas leis serão novamente punidos.

“O que posso vos dizer é que pagaram todas as multas. São sanções que ocorreram em vários períodos, mas as sanções foram feitas no ano passado. Nós queremos pautar pela colaboração com a banca, não é uma atitude de confronto. Poderia ter sido, podíamos ser muito mais rigorosos naquilo que fomos. Queremos sinalizar uma certa preocupação porque queremos que a nossa banca melhore o seu comportamento porque são instituições de crédito que estão a gerir as poupanças dos nossos cidadãos e queremos assegurar que eles trabalhem com os melhores padrões de transparência dentro das leis e práticas nacionais e internacionais. Vamos regularmente sancionar as instituições que não estão na linha e publicar essa informação nos órgãos de comunicação”, disse Zandamela.

O governador diz que não tem “informação de que a banca não está a colaborar” com o banco de Moçambique nessa matéria que considera “sensível”.
 

 

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