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Banco de Moçambique diz que a inflação anual situou-se em 6% em Setembro de 2021

Foto: Banco de Moçambique

“A inflação anual situou-se em 6% em Setembro de 2021, dentro da banda de um dígito, e o Metical apreciou-se em relação ao Dólar dos Estados Unidos da América (EUA) em 15,0%, de Janeiro até à data”.

Sob o lema “Desafios e Oportunidades na Comercialização e Processamento da Castanha do Caju: O Caso de Nampula”, o Banco de Moçambique realiza em Nampula, do quadragésimo sexto Conselho Consultivo.

No seu discurso de abertura do Conselho Consultivo, o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, disse que o desempenho da economia nacional, no ano prestes a findar, esteve condicionado a um conjunto de factores internos e externos que influenciaram, em grande medida, os resultados alcançados.

A nível interno destaca os elevados riscos e incertezas resultantes da rápida propagação da Covid-19, forte pressão cambial, intensificação dos ataques terroristas na zona norte do país e a ocorrência de calamidades naturais. A nível internacional, Zandamela mencionou que o surgimento de novas vagas de infecções e variantes do coronavírus, pela volatilidade dos preços internacionais das mercadorias e pelo fortalecimento do Dólar dos EUA.

“O efeito combinado destes factores resultou na revisão em alta das nossas perspectivas de inflação para o presente ano, o que exigiu a tomada de medidas correctivas que garantissem a estabilidade macroeconómica e do sistema financeiro do país. Assim, após um ciclo de redução das taxas de juro de referência em 2020, decidimos rever em alta a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, de 10,25 por cento para 13,25 por cento, na primeira reunião do Comité de Política Monetária que teve lugar em Janeiro do presente ano”, disse Zandamela.

O governador do Banco de Moçambique disse também que, em 2021, a instituição dirige reforçou as medidas referentes ao cumprimento da legislação cambial, com destaque para o aumento das inspecções on-site às instituições de crédito e sociedades financeiras, o que resultou na estabilidade de preços e do Metical em relação ao Dólar norte-americano.

“Com efeito, a inflação anual situou-se em 6% em Setembro de 2021, dentro da banda de um dígito, e o Metical apreciou-se em relação ao Dólar norte-americano em 15%, de Janeiro até à data”, referiu Zandamela.

Adicionalmente, o Banco de Moçambique diz ter fortalecido a posição externa do país, com a manutenção das reservas internacionais brutas em níveis confortáveis, o que permite cobrir mais de seis meses de importações.

“O aumento das nossas reservas internacionais contou, também, com a recente alocação dos Direitos Especiais de Saque (DSE) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no montante equivalente a USD 308 milhões”, explicou o governador.

Em face da reabertura gradual das economias, impulsionada pelo relaxamento progressivo das medidas restritivas contra a Covid-19, num contexto de redução de infecções e de maior vacinação a nível mundial, Zandamela anunciou o registo de uma melhoria na procura global a partir do segundo trimestre do corrente ano.

Com efeito, após uma variação ténue de 0,1% no primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) real registou um crescimento anual de cerca de 2%, no segundo trimestre de 2021, contra uma contracção de 3,5%, em igual período de 2020.

Perante os resultados positivos alcançados nos indicadores sob nossa gestão, na última reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), realizada em Setembro de 2021, o Banco de Moçambique decidiu reduzir substancialmente os coeficientes das reservas obrigatórias em moeda nacional e estrangeira.

A redução dos referidos coeficientes de reservas obrigatórias permitiu injectar mais de USD 500 milhões no sistema financeiro, que poderão contribuir para o processo de recuperação económica em curso.

No que concerne ao desempenho do sistema financeiro, em geral, e do sector bancário, em particular, o Banco de Moçambique destaca que, apesar da deterioração da carteira de crédito, o nível robusto de capitalização e de rendibilidade do sistema financeiro permitiu enfrentar os desafios impostos pela Covid-19, entre outros riscos.

Refira-se que, recentemente, o banco central aprovou o quadro regulatório que cria o Número Único de Identificação Bancária (NUIB) que permitirá que cada cliente do sistema bancário seja identificado a partir de um único número individual que será utilizado por todas as instituições de crédito e sociedades financeiras que operam no país.

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