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Banco Central revê em alta inflação deste ano

Projecções do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Moçambique (BM) apontam para uma revisão em alta do indicador de custo de vida em 2019, contrariamente as previsões iniciais avançadas em Fevereiro (cerca de 6%). Sem, no entanto, avançar números, este departamento do Banco Central apenas adianta que a inflação manter-se-á em um dígito (3,5% em 2018), mais os choques internos e externos vão agravar às perspectivas.

O agravamento deste indicador decorre do aumento do preço do petróleo no mercado internacional, choque de oferta causado pelos recentes desastres naturais (ciclones Idai e Kenneth), contínua tendência de depreciação da taxa de câmbio como resultado do aumento das importações de bens para assegurar a reconstrução de infra-estruturas nas zonas afectadas pelos desastres naturais, bem como o financiamento da economia em geral. 

“Os riscos associados às perspectivas de inflação mantêm-se, em geral, negativos. A nível interno, a principal fonte de risco é a sustentabilidade da dívida pública no contexto das incertezas quanto ao financiamento do défice das eleições de 2019, à qual se acresce a necessidade de assistência humanitária, reconstrução das infra-estruturas e perda da receita pública na região centro e norte”, realça o BM.

Sublinhando, que a nível externo, subsistem riscos significativos de refreamento do crescimento mundial em face da continuação da tensão comercial entre as principais economias (EUA e China), com impacto nos fluxos de comércio externo e na volatilidade dos preços internacionais das mercadorias. Com o agravamento do custo de vida a economia no seu todo, paga a “factura final”. A desaceleração da actividade económica resulta da perspectiva de queda acentuada da produção nos sectores da agricultura, comércio e transportes devido ao efeito do Idai e Kenneth.

Semana passada, o Governo reviu em baixa o crescimento económico para este ano, com as novas projecções a apontarem para um incremento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2 e 2.5 por cento, contra a previsão inicial de 4.7 por cento.

 

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