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Autoridades investigam tentativa de criação de bases de extremistas

O porta-voz da Polícia da República de Moçambique explicou, esta terça-feira, que o número de detidos na vizinha Tanzânia subiu de 104 para 132. São pessoas suspeitas de pertencer a grupos extremistas que têm criado terror em Cabo Delgado. E para esclarecer os factos, Inácio Dina disse que uma equipa de oficiais irá brevemente à Tanzânia.

A equipa que se desloca à Tanzânia tem por objectivo apurar se existem cidadãos moçambicanos entre os detidos naquele país, uma possibilidade que se levanta devido ao facto de ambos os países partilharem a mesma língua (swahili) nas regiões fronteiriças. “Tomámos conhecimento. Houve detenção do lado da Tanzânia e houve anúncio. Estamos a manter contactos com a Tanzânia. O que estamos a fazer neste momento é interceder junto da Tanzânia para perceber melhor estas detenções e a pretensão dos detidos. Como foi feito referência pela Tanzânia, possivelmente, pretendiam atravessar para o lado moçambicano e fixar-se”, disse Dina, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).

A fonte explicou que a troca de informações em torno do assunto decorre das boas relações existentes entre Moçambique e Tanzânia. Aliás, ambos os países assinaram acordos para a protecção e segurança, especificamente em relação à transposição fronteiriça na região norte de Moçambique.

“Em termos de troca de informações, estamos num nível bastante avançado. A cooperação na área de protecção e segurança prossegue. Esperamos que, efectivamente, continue a haver este aperto de cerco do lado tanzaniano, que do lado moçambicano este trabalho tem vindo a ser feito. Tudo o que está a ser feito neste momento é melhorar o nível de contacto e de troca de informação em relação a essas detenções”, frisou.

As boas relações já tinham sido referidas, semana passada, pelo inspector-geral da polícia tanzaniana, Simon Sirro, durante o anúncio da detenção dos 104 suspeitos, um evento que também serviu para vincar que se tratava de uma intenção que não iria efectivar-se.

Os referidos cidadãos são suspeitos de quererem instalar-se no norte de Cabo Delgado, onde, desde Outubro de 2017, 90 pessoas foram assassinadas, durante os ataques perpetrados por homens armados desconhecidos.

Em princípios deste mês, iniciou o julgamento de 189 pessoas, incluindo estrangeiros, acusados de serem os perpetradores dos ataques radicais em Cabo Delgado.

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