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Áreas de conservação recebem um milhão de euros para projectos de emprego

O Ministério Federal Alemão de Cooperação Económica e Desenvolvimento (BMZ) disponibilizou um milhão de euros, através do Banco de Desenvolvimento (KfW) para uma iniciativa de alívio dos efeitos da COVID-19 na Área de Conservação Transfronteiriça do Grande Limpopo.

A iniciativa é implementada pela Fundação Peace Parks em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC). As actividades a serem financiadas incluem programas de emprego temporário em forma de dinheiro-por-trabalho que darão uma fonte de renda para aproximadamente 400 membros das comunidades que enfrentam limitações financeiras como resultado da pandemia da COVID-19.

Este apoio surge numa altura em que a COVID-19 tem vindo a cortar milhares de empregos em Moçambique, com destaque para o sector de turismo.

De acordo com informação partilhada pelo Ministério da Cultura e Turismo, em Abril, mais de mil estabelecimentos turísticos tiveram de encerrar as portas e cinco mil mpregos directos foram perdidos no sector. E o pior ainda está por vir.

Segundo um comunicado da Fundação dos Parques da Paz, o efeito indirecto da ausência de turistas e a receita que eles geram estão a ser sentidos pelas comunidades que vivem e trabalham dentro e ao redor das áreas de conservação do país. Essas comunidades recebem uma participação de 20% nas receitas geradas pelos parques e mais 20% da receita geral do turismo vai para o governo para permitir o pagamento de despesas, como salários dos funcionários dos parques, que agora não podem ser cobertas.

O documento que temos vindo a citar refere ainda que outro factor crítico que contribui para as dificuldades económicas enfrentadas pelas comunidades são os milhares de trabalhadores migrantes moçambicanos incapazes de cruzar a fronteira para trabalhar na África do Sul e enviar dinheiro para sustentar as suas famílias.

Junto com as perdas de empregos relacionadas à COVID-19, oportunidades adicionais de renda, como a venda de produtos e artesanato aos visitantes, também são perdidas, agravando o impacto geral do bloqueio das fronteiras.

A pandemia ameaça reverter décadas de trabalho de governos e organizações como a Fundação Peace Parks, para trazer benefícios equitativos de conservação e economias relacionadas à natureza para as comunidades locais.

Em resposta a isso, a Fundação Peace Parks em parceria com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), por meio do apoio financeiro da Alemanha, está a implementar programas de dinheiro-por-trabalho como uma intervenção de médio prazo. O objetivo é aliviar a tensão durante este tempo de crise, criando oportunidades de emprego que estabilizem a renda das comunidades vulneráveis.
As intervenções em Moçambique incidirão nas áreas protegidas que fazem parte da Área de Conservação Transfronteiriça do Grande Limpopo, nomeadamente, os Parques Nacionais do Limpopo, Zinave e Banhine, onde a Peace Parks realiza operações.

O montante de um milhão de euros disponibilizados pelo BMZ, através do KfW, irá criar cerca de 396 empregos (210 no Limpopo, 124 em Zinave e 62 em Banhine) durante 10 meses.

Exemplos de actividades incluem, a Remoção de vegetação invasiva nas estradas em áreas protegidas; a Prestação de trabalhos de manutenção em empreendimentos turísticos (alojamentos, acampamentos); Apoio às equipas de triagem nas entradas das áreas protegidas; Gerenciamento de corta-fogo em áreas protegidas; Manutenção de cercas de áreas protegidas; Limpeza e vedação de aeródromos que devem ser mantidos para operações durante e após a pandemia; e Limpeza das áreas limítrofes do Parque Nacional do Limpopo e zona tampão.

A Peace Parks está a trabalhar em estreita colaboração com a Administração Nacional de Áreas de Conservação (ANAC), parceiros e lideranças no país, para identificar as instalações turísticas e famílias mais vulneráveis.

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