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Apenas três empresas aderiram à Bolsa de Valores nos últimos dois anos no país

Foto: O País

A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) reconhece que a falta de alguns serviços está a retrair a adesão de empresas no mercado bolsista. Nos últimos três anos, apenas três empresas se registaram na Bolsa.

A cotação de empresas na Bolsa de Valores garante a estabilidade financeira a médio e longo prazos. Entretanto, a BVM aponta que as companhias tendem a aderir ao mercado bolsista duma forma cada vez mais tímida.

As três empresas, que entraram no mercado bolsista nos últimos três anos, são a Rede Viária de Moçambique (REVIMO), a Playtech e a 2Business.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Valores, Salim Valá, a pandemia da COVID-19 e a falta de alguns serviços estão entre as causas da fraca adesão das empresas.

Neste momento, a Bolsa de Valores de Moçambique oferece serviços de obrigações de tesouro, de acções e negociações, mas Salim Valá disse que está na manga um plano de criação de novos produtos e serviços capazes de espevitar o interesse das empresas pela Bolsa de Valores.

“Estamos a preparar a introdução de novos instrumentos financeiros para o mercado, por exemplo, as obrigações verdes, obrigações azuis, municipais e de rendimentos, produtos esses que já estão a ser usados nos mercados da região da África Austral e noutras”, afirmou o dirigente.

Para além destas acções, Valá disse que a sua instituição ambiciona migrar para o mercado internacional, até porque há empresas de outros países que já manifestaram o desejo de fazer parte da central bolsista nacional, porquanto essas firmas também têm interesse em explorar outras potencialidades do país.

Pouca adesão das companhias à parte. Segundo Valá, o desempenho da BVM não foi, de todo, negativo. Entre 31 de Dezembro de 2019 à primeira quinzena de Novembro de 2021, a capitalização bolsista cresceu em 16.5%, ao passar de 102.139 milhões de meticais para 118.979 milhões.

O rácio de capitalização bolsista aumentou em 17.8% em relação a 15.1% no final de 2019. O volume de negócios cresceu em 66.8% ao passar de 5.100 milhões de meticais para os actuais 8.507 milhões.

Segundo Salim Valá, o índice de liquidez aumentou para 44.2%. O financiamento global à economia cresceu para 73.8%, uma evolução de 124.760 milhões de meticais para 216. 866 milhões.

Os indicadores relativos ao período em referência apontam ainda que os títulos e os titulares registados na central de valores mobiliários cresceram numa ordem de 77.3% e 6.4%, respectivamente.

Estas informações foram partilhadas durante a cerimónia de premiação de empresas que tiveram o melhor desempenho no mercado nacional de capitais nos últimos meses.

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