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PR exorta adesão à imunização e lembra que “vacinas são caras e raras”

A campanha de vacinação massiva lançada hoje pelo Presidente da República prevê imunizar mais de 1.5 milhão de moçambicanos. Adesão em massa é a mensagem chave de Filipe Nyusi, até porque “a aquisição das vacinas resulta de um esforço” do Executivo.

Alexandre Xirinda, professor, e Domingos Macuácua, motorista, foram os primeiros dois, de um universo de mais de um milhão e quinhentos mil beneficiários da campanha nacional de vacinação em massa, que teve o ponto de partida esta quarta-feira, numa cerimónia dirigida pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.

A nova fase, que acontece em plena terceira vaga da pandemia, pretende ser um mecanismo de aceleração da imunização da população, tendo em conta que, até agora, apenas 400 mil pessoas tomaram a dose completa da vacina, num universo de cerca de 17 milhões de moçambicanos previstos a abranger pelo Plano Nacional de Vacinação contra a COVID-19.

Comparado às fases anteriores de vacinação, a presente campanha tem duas diferenças fundamentais: “a primeira é que a vacinação irá, muitas vezes, ocorrer fora das unidades sanitárias, concretamente em centros especialmente montados para o efeito”, explicou Filipe Nyusi, exemplificado que “muitas províncias escolheram sítios abertos, como campos de futebol e pavilhões para poder respeitar o protocolo sanitária”. Já a segunda diferença é “respeitar a modalidade de pré-registo das pessoas que querem vacinar. Recomendo a todos a se registarem porque isso permite controlar e é uma outra estatística com a qual o sector da saúde vai ficar”, exortou.

 

“VACINAS SÃO RARAS E SOBRETUDO CARAS”

Mas a principal e fundamental recomendação do Presidente é a adesão. No seu discurso de ocasião, e tendo em conta que o maior obstáculo à rápida vacinação em Moçambique e noutros países em desenvolvimento é a escassez de vacinas, Filipe Nyusi recordou que “as vacinas que decidimos administrar são caras e sobretudo raras”.

São tão raras que, no fim da campanha de toma da segunda dose, recentemente, vincou o Chefe de Estado que viu-se “obrigado a pedir favores ao povo moçambicano para poder vacinar, para fazer a segunda vacina. Porque se não o fizessem naquele intervalo éramos obrigados a inutilizar as vacinas. Nós, moçambicanos, não podemos dar-nos ao luxo de deitar fora aquilo de salva a vida do outro moçambicano, por negligência das pessoas”, reiterou.

De apelos à recados, Filipe Nyusi diz que não quer ouvir falar de corrupção ou tráfico de influências no processo. “Não queremos ouvir que essas vacinas foram vendidas. Ou estão a vacinar um grupo de pessoas fora daquele grupo de nós escolhemos. Então evitem histórias com a vacina”. E se as histórias não forem evitadas avisa “vamos responsabilizar (…) porque as vacinas custaram esforço dos nossos amigos, daqueles que nos ajudaram.

E os recados foram, igualmente destinados, àqueles a que o Presidente classifica como homens da desinformação. “Nós não podemos viver de ruídos, de rumores. Eu não sei quem paga essas pessoas que fomentam rumores no país”, reclamou para a seguir ser mais específico: “dizer: não vai vacinar porque isto ou aquilo? Quando é que (você) foi cientista? Porque não nos dizem para nós podermos reconhecer-lhes publicamente. É um crime desorientar um povo, para o povo desaparecer”, terminou o Chefe de Estado, apelando a que todos os discursos sobre vacinação sejam orientados a levar mais pessoas a aderirem ao processo.

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