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Ano atípico da COVID-19 derrapa Mambas com derrotas

Num ano em que não (ainda) houve competições ao nível interno, os Mambas foram os únicos a competir, mas com resultados nada abonatórios, onde efectuaram cinco jogos, perderam quatro, venceram apenas um, sofreram dez golos e marcaram dois. Um ano para esquecer!

2020 é, de facto, um ano para esquecer para a selecção nacional de futebol, os Mambas, que sofreram, a bem sofrer, derrotas sucessivas que comprometem o trabalho que vinha sendo desenvolvido pela actual equipa técnica, desde que assumiu o comando, em 2019.

É que em cinco jogos disputados, quatro deles com selecções nacionais, e outro com a equipa júnior de um campeonato distrital de Portugal, perdeu os quatro com selecções e apenas venceu ao Torreense, no estágio que efectuou em Lisboa.

A pandemia da COVID-19 que assolou o mundo todo, fez com que o desporto estivesse parrado e, com ele, o futebol moçambicano, que viu as provas internas serem canceladas, nomeadamente os Campeonatos Provinciais, que iniciaram em Fevereiro em todas províncias moçambicanas, bem como o Moçambola 2019 e a Taça de Moçambique, competições que nem chegaram a iniciar. O que quer dizer que os jogadores moçambicanos a actuarem internamente estivessem parados por cerca de oito meses.

Só com autorização do Presidente da República é que alguns clubes começaram a treinar, a 15 de Setembro, mas sem horizonte temporal do arranque das provas, tanto a nível interno bem como africano, nomeadamente o Moçambola e as afrotaças.

Dos jogadores que actuam fora de portas, alguns só começaram a competir três meses depois da paragem (Julho e Agosto), nomeadamente em Portugal, Cazaquistão e Azerbaijão, enquanto os da África do Sul só seis meses depois regressaram (Setembro e Outubro), o mesmo acontecendo com os que jogam na França, Alemanha e outros cantos.

Alguns dos jogadores, casos de Mexer e Domingues, perderam lugares nas respectivas equipas e estão sem jogar desde antes da paragem, ou seja, em situação preocupante.

Dentro deste cenário, a FIFA e a CAF abriram espaço para a disputa de provas das selecções nacionais, nomeadamente para a qualificação ao Campeonato Africano das Nações.

 ESTÁGIO “DESGRAÇADO” EM PORTUGAL

 Os Mambas tinham jogo marcado com os Camarões para Março passado, mas o mesmo foi adiado por três ocasiões, primeiro para Junho e mais tarde para Setembro e depois para Outubro, ambas adiadas, devido a pandemia da COVID-19, tendo sido remarcados apenas para Novembro.

Sem competição interna e com muitos jogadores que actuam foram sem estar a competir, Luís Gonçalves optou por realizar um estágio pré-competitivo em Portugal, como forma de preparar os embates diante dos Camarões.

Numa primeira fase apenas com jogadores, sem ritmo, diga-se, que actuam internamente, os Mambas defrontaram a equipa júnior do Torreense e venceram por uma bola sem resposta, mas já mais à sério, nos amigáveis com Guiné-Bissau e Angola, e já com os profissionais da diáspora, perdeu os dois jogos, respectivamente por 0-1 e 0-3.

Dizia na altura o seleccionandor nacional, Luís Gonçalves, que não se importava em perder os dois jogos de preparação, desde que vencesse os Camarões, na qualificação ao CAN-2021.

 LEÕES INDOMÁVEIS DEVORAM MAMBAS

 Chegou então a semana dos jogos a sério. Primeiro em Douala e depois em Maputo, com o mesmo adversário: Camarões. Os desaires não pararam! Duas derrotas pesadas, de 4-1 e 0-2, que colocam os Mambas numa posição de dependência para se qualificar a fase final do CAN, que terá lugar nos Camarões.

Ou seja, o ano 2020 levou os Mambas ao seu pior ano, uma vez que em quatro jogos com selecções nacionais perdeu todos eles, tendo sofrido dez golos e apontado apenas um.

Um saldo bastante negativo para uma selecção que almeja grandes voos e grandes palcos, como a fase final do Campeonato Africano das Nações e, quiçá, um campeonato do mundo.

SALDO NEGATIVO DOS ANOS ANTERIORES

O saldo de jogos dos Mambas de 2020 é o pior se comparado com os outros anos. Nunca antes num mesmo ano os Mambas perderam todos os jogos disputados com outras congéneres.

Em 2019, por exemplo, entre jogos de preparação e de qualificação, os Mambas disputaram 11 jogos, tendo tido um saldo de cinco vitórias, duas derrotas e quatro empates. No ano passado o conjunto nacional marcou 15 golos e sofreu 10 golos.

No ano antepassado, em 2018, a selecção nacional realizou sete jogos, dos quais obteve três vitórias, igual número de derrotas e apenas um empate, tendo apontado 10 golos e sofrido oito.

Ainda assim não consegue chegar a uma fase final de uma competição continental há dez anos, já que a última vez que lá esteve foi em Angola, em 2010. Agora, para chegar aos Camarões, em Janeiro de 2022, precisa somar, no mínimo, quatro pontos, com os adversários directos, nomeadamente Ruanda (em Kigali), e Cabo Verde (em Maputo), em jogos a serem disputados em Março de 2021, e esperar que nenhuma das duas selecções vença os Camarões.

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