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Anadarko fala de oportunidades a empresários em Cabo Delgado

Só a Anadarko poderá investir em Cabo Delgado o equivalente a duas vezes o Produto Interno Bruto de Moçambique. No seminário de oportunidades locais que se realiza esta sexta-feira em Pemba, Mitchell Ingram, vice-presidente executivo daquela companhia norte-americana, vai se debruçar sobre a situação global do projecto de liquefação de gás natural na plataforma a ser construída em Palma, o estágio actual do mercado do gás natural e as negociações dos contratos de compra e venda do produto. Stuart Nicholson ocupar-se-á de explicar as oportunidades locais com a construção da base petroquímica.

São mais de 700 pessoas que estarão directamente acomodadas na tenda que vai acolher o evento. Mas havia vontade de mais participações. O Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, disse que as inscrições fecharam na última quarta-feira quando já se estava nos 1025, no entanto, a limitação de espaço fez com que se encerrasse mesmo.

São maioriatariamente empresários que estarão presente. O objectivo já foi largamente difundido, mas Max Tonela dá o acento tónico reafirmando que “tem como objectivo transmitir ao público de forma alargada e transparente sobre as oportunidades do projecto a ser desenvolvido pela Anadarko, que é o primeiro de produção de gás natural liquefeito em terra que foi aprovado pelo Governo em Fevereiro deste ano”. E tal como a classe empresarial, o Governo espera “ter informações mais claras daquilo que é esperado sobre o momento em que o projecto deve iniciar, do número de emprego, das qualificações que serão requeridas, bem como as oportunidades de fornecimento de bens e serviços para empresas nacionais”, esclarece o governante.

O seminário de oportunidades locais acontece cerca de um ano antes da tomada de decisão final de investimento, atendendo espera-se que em meados do próximo ano é isso venha a acontecer, todavia, as indicações actuais mostram claramente que o projecto é viável e é para avançar.

O programa indica que o evento começará às 9h00. O Presidente da República vai se encarregar pela direcção e moderação do debate e fará o discurso de encerramento por volta do meio dia. Entretanto, o trabalho vai continuar depois da hora do almoço, estando prevista a realização de de uma sessão de explicação às pequenas e médias empresas sobre os elementos-chave para a criação de negócio, incluindo as exigências que são colocadas pela petrolífera.

Uma nota importante é que o embaixador dos Estados Unidos da América em Moçambique estará presente, devendo discursar antes do Presidente encerrar a parte principal do seminário.

Esta é das poucas vezes que uma petrolífera junta empresários, o Governo ao mais alto nível, académicos e profissionais de várias áreas para partilhar de forma aberta as janelas de oportunidades, o que quebra um ciclo em que a assimetria de informação era o principal obstáculo que que empresários nacionais pudessem tirar benefícios da exploração de recursos em Moçambique. Depois deste evento maior responsabilidade estará nas mãos dos visados que com tempo e informação à sua disposição deverão preparar-se para entrarem na rota da inclusão nos megaprojectos de gás natural do Rovuma.

Lembre-se que foi preciso um voo fretado das Linhas Aéreas de Moçambique para garantir o transporte de parte dos participantes, de Maputo a Pemba e regresso.

 

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