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Amor: um doce veneno?

Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

Luís Vaz de Camões

Que arde… é… bem que arde! Já o disse e bem o conceituado escritor português Luís Vaz de Camões. Tanto que arde que pode queimar e até matar… Matar? Sim, matar! Mas será um doce veneno? Eis a história… Conheceram-se em Setembro passado num convívio… até aí tudo bem! Só para contrastar com a realidade de vários relacionamentos que nascem/nasceram apadrinhados pelo Facebook e seu compadre WhatsApp – que excelentes padrinhos heim conhecem bem as suas fraquezas e sabem o que tu precisas – enfim um assunto para uma outra ocasião!

Voltemos à história… Ela trabalha e tem filhos, ele não! O envolvimento foi se intensificando… tanto que o jovem começou a frequentar a casa dela e ao que tudo indica o fogo do amor já fazia das suas… e porque não há bela sem senão nem sempre a balança do amor produz equilíbrios. "Desocupado" e vivendo na casa dos seus pais, conta ela que ele a contactava a todo momento, não a deixava respirar… E fogo dela ia abrandado, pois ele ia "metendo água".

Diz ela que a situação era tão incómoda que decidiu pôr fim à relação, mas o lume dele era muito forte que estava impossível controlar… Depois da rejeição, o jovem não se convenceu e continuava a fazer chamadas frequentes: "vamos namorar a sério", dizia o jovem, mas ela diz que nunca disse sim (verdade?)… Certo dia, ela chegou a casa e encontrou o jovem no interior da sua residência… conta que era o que não esperava. Aquela foi a última gota que apagou qualquer indício de fogo nela, fez transparecer! "Eu disse que ele não deveria estar ali e pedi-lhe para sair e voltar à sua casa"…

Para o jovem, aquele cenário era o combustível que faltava para que o seu fogo deixasse de ser um elemento que meramente alimentava a chama do amor para se tornar num incêndio capaz de queimar e destruir o seu juizo. Nasceu daí um amor suicida. Será doce veneno? O que é certo é que o incêndio aconteceu… gasolina foi o combustível usado pelo jovem para numa madrugada untar a casa dela para a matar, conta ela. Será amor? "Ele andava estranho e obsecado", disse a mulher já no leito do hospital à equipa da Stv. Como tudo aconteceu? "O que sei é que durante a madrugada despertei do nada… e comecei a sentir cheiro de gasolina. Depois me apercebi de movimentos estranhos no pátio. Levantei-me e espreitei pela janela e vi ele no interior do meu quintal. E porque estava próximo à porta, só senti fogo nos pés – de certeza não era aquele descrito por Camões – pois havia gasolina no chão. A minha preocupação foi de salvar os meus filhos, pois o fogo tendia a alastrar-se", descreveu a mulher que até este momento encontra-se hospitalizada no Hospital Central de Maputo, com queimaduras nas duas pernas. Amor ou obsessão: será um doce veneno?

 

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