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Amarra chuva: superstição volta a agitar o centro do país

À semelhança do nunca visto chupa-sangue que, entretanto, já causou vítimas mortais, a Policia alerta para o despoletar de mais um fenómeno também baseado em crenças supersticiosas que já esta a causar conflitos no centro do país. Actos de violência com base nestas crenças já foram verificados pelo menos em dois distritos Changara e Marrara em Tete. “Entendem os camponeses de alguns distritos de Tete e Zambézia que não chove porque comerciantes e pescadores amarram a chuva para facilmente exercerem as suas actividades. No entender dos agricultores, com a chuva, os comerciantes terão dificuldades em praticar o seu negócio bem como os pescadores terão dificuldades em se fazer ao mar e ter a sua produção”

O porta-voz da polícia diz que já há registo de casos de violência, pelo que, prefere lançar um apelo. “Os cidadãos devem se distanciar destas práticas. Inclusive já há casos de ofensas corporais entre estes dois grupos devido a estas acusações falsas”.

Inácio dina diz que este fenómeno foi despoletado na semana passada e exorta, por isso, a todos residentes das regiões onde tenha ocorrido para “que não se deixem levar por estes boatos e abandonem estas práticas que podem configurar crime por estar a criar insegurança e medo nas comunidades”,acrescentou.

Inácio Dina fez estas revelações durante o briefing semanal do Comando-geral da polÍcia que também apresentou os resultados operativos da corporação durante a semana.

1215 detidos durante a semana passada

A PRM deteve, durante a semana passada, 1215 pessoas indiciadas de cometimento de diversos crimes. 995 destes são violadores de fronteira. Estas detenções, segundo o porta-voz da PRM, estão relacionados com os 116 crimes cometidos, 96 dos quais já esclarecidos pela polícia. Inácio dina que houve menos 22 crimes do que o mesmo período do ano passado. Os crimes contra o património foram os mais cometidos, 59 por cento do total, seguido de crimes contra pessoas que foram 30 porcento.

A polícia diz ter recuperado, durante o mesmo período, 14 armas de fogo que estavam nas mãos de malfeitores. Aliás, quase todas semanas, a polícia tem apresentado nos seus resultados operativos armas recuperadas de mão alheias. Questionado se a sua corporação tinha alguma indicação da origem de tantas armas em mãos alheias Inácio Dina distribuiu responsabilidades por todas entidades que usam armas. “As armas não estão só com a polícia, existem armas de fogo nas diversas unidades do exército, no SISE, nas empresas de segurança e mesmo em singulares que estão legalmente autorizados a portar armas”

Inácio Dina explicou que, em princípio, todas armas que circulam legalmente no país, têm um número de registo numa base de dados, o que possibilita que sempre que se apreende uma arma de fogo de malfeitores se confronte essa base. “mas como deve imaginar, é um processo complexo porque estamos a falar de armas registadas nas onze províncias”. Dina refere, igualmente, que existem também armas provenientes do estrangeiro no mundo do crime pelo que nem sempre é fácil identificar a verdadeira proveniência da arma.

O porta-voz da polícia perguntado sobre o caso do cidadão português que se supõe que tenha sido sequestrado na província de Nampula, disse que esse caso estava nas mãos da Procuradoria, porque “do ponto de vista da polícia já foi feito tudo que havia a fazer pelo que agora só a Procuradoria poderia dar alguma informação sobre o caso. Isto tem a ver com o respeito às fases processuais”

Falou também sobre a tranquilidade pública no distrito de Limpopo em Gaza, onde por pelo menos duas vezes multidões enfurecidas destruíram bens públicos e privados e até mataram um cidadão. Inácio Dina disse, referiu que a situação de tranquilidade pública já esta estabelecida. “Estávamos preocupados porque estava a passar de uma localidade para a outra. Mas já está controlada e as pessoas detidas estão a ser responsabilizadas”.

 

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