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“Alvi-negros” precisam de 15 milhões de meticais para o Moçambola 2019

O Desportivo de Maputo precisa de 15 milhões de Meticais para cobrir as despesas do Moçambola 2019. Segundo o presidente dos Alvi-negros, Inácio Bernardo, em entrevista ao “O País”, a sua equipa vai entrar para garantir uma manutenção estável no Moçambola 2019

Chamam-lhe gigante adormecido. Os últimos anos foram para si um verdadeiro teste à sua capacidade de resistência. O Moçambola sempre foi um objectivo para os “alvi-negros”. A Associação Desportiva de Macuácua e Samuel Siaw contribuíram para a ascensão do Desportivo para o Mocambola 2019. Assim, os campeões de 2006 regressam ao principal escalão de futebol nacional.

Na antevisão a esta nova vida “alvi-negra”, Inácio Bernardo, presidente da colectividade, falou de vários assuntos que vão nortear a equipa no regresso ao escalão principal do futebol moçambicano. Eis a entrevista ao timoneiro do Grupo Desportivo Maputo.

 

O Desportivo de Maputo soube ao Moçambola depois de algum tempo. Como olha para o processo que ditou o regresso do Desportivo e o que esperar da equipa para o próximo ano?

Nós tínhamos todas condições para termos subido com naturalidade. Mas claramente, com algumas coisas que aconteceram, e é por isso que o Desportivo meteu aquele protesto, é porque na realidade as coisas não tinham sido feitas segundo o regulamento da própria federação e do próprio desporto nacional. Mas estamos no Moçambola e achamos que por mérito próprio e acreditamos que precisamos de nos preparar melhor, porque em relação a aquilo que pensávamos, relativamente a competição ao nível da segunda liga, que não tem nada há ver com o Moçambola. Temos que rever e definirmos as nossas estratégias, sem alterarmos aquilo que são os nossos princípios e a forma como nós alinhamos neste conceito sobre o que queremos fazer para trazer o Desportivo ao mais alto nível.

Depois do anúncio da subida do Desportivo ao Moçambola 2019, o que foi traçado como estratégia da direcção do clube?

Nós já tínhamos definido, na Assembleia Geral passada que iriamos tratar o futebol separada da gestão normal do clube. Para o futebol achamos que iriamos ensaiar pessoas para dirigir a futura SAD do clube, na perspectiva desse grupo ir buscar capacidade para poder dirigir o futebol. Dirigir o futebol significa arranjar alternativas para aquilo que será o campo para o Desportivo, arranjar alternativas para aquilo que será os jogadores que estarão em competição pelo clube e, na realidade, o saneamento financeiro daquilo que achamos importante para uma equipa de futebol. Os custos para uma equipa de futebol são bastante elevados e, com esta subida, fez com que nós, definitivamente assumíssemos isto como uma prioridade. E já estamos a trabalhar nesse sentido e quinta-feira (passada) já reunimos com um grupo de amantes e simpatizantes do clube, que vão dirigir este processo, na perspectiva de, até ao final do próximo mês, termos as coisas fechadas.

Ter coisas fechadas o que significa exatamente?

Até lá temos que fechar o local de jogos para o Desportivo, definirmos o plantel para o próximo ano, porque o que havíamos definido para a segunda liga tem que ser diferente, e o roçamento que vai alimentar a estadia no Moçambola. Porque ao subir assumimos que não é para descer logo a seguir. Temos que subir com consistência.

É obvio que as coisas aconteceram de forma rápida, mas vamos fazer com que, na realidade, sejamos muito mais sustentáveis, na perspectiva de conseguirmos uma classificação que nos garanta uma manutenção, por forma que nos anos seguintes possamos continuar com aquilo que é a nossa estratégia.

De quanto o Desportivo precisa para se garantir no Moçambola 2019?

Para aquilo que é a competição no Moçambola, o Desportivo precisa de uma média de 12 a 15 milhões de meticais, para poder aguentar no Moçambola com normalidade, tratando-se de uma equipa normal. Isto é, 200 a 250 mil dólares é o que precisamos para nos manter e iremos atrás disso.

O que existe a esta altura nos cofres do clube?

Nós gerimos um clube deficitário. Para podermos gerir a equipa na segunda liga tivemos que sacrificar a gestão do próprio clube. Por vezes não pudemos cumprir com algumas obrigações como pagamento de salários dos trabalhadores, treinadores, na perspectiva de mantermos aquilo que era o ritmo dos jogadores e da própria competição. Simplesmente essa situação, para o Moçambola, já não poderá se verificar, pela forma como já estamos no terreno. Acho que o Moçambola é um chamariz, porque enquanto na segunda liga andávamos atrás dos parceiros e gritávamos todo tempo, e tínhamos dificuldades para termos apoios, neste momento já temos pessoas a nos contactar, para assumirem e estarem connosco na busca desta estabilidade para trazer ao Desportivo aquilo que nós queremos.

O treinador, vai manter o mesmo ou haverão mudanças?

Nós estamos com Sebastião Sitoe e não se advinha nada que possa alterar esta situação, a não ser que haja falta de interesse da parte do treinador ou algum problema que possa existir. Mas até agora mantemos o Sebastião. A única coisa que posso garantir é que nós vamos mexer com o plantel, pois temos que equilibrar melhor o plantel e dar maior dimensão as escolhas e caracterizar melhor para aquilo que será a próxima competição.

Já estão a pensar nas contratações?

Para o Desportivo, a base vai ser a casa, não temos dúvidas nenhumas. Temos cerca de oito juniores que tem capacidade para integrar a equipa principal e vamos ver quais os seniores do ano passado que poderão nos interessar, mas temos que ir buscar no mercado, mas isto tudo caberá ao próprio treinador achar com que armas irá atacar aquilo que será, na realidade, o Moçambola. Ele que vai dizer o que precisa e em função da nossa capacidade iremos avançar.

Qual é a fasquia que se propõem a cumprir próximo ano, em termos de metas?

A fasquia no Moçambola 2019 é a manutenção. Se entramos agora, vamos lutar por uma estabilidade, por uma manutenção estável, caracterizando aquilo que é, se calhar, trazer um ou dois jogadores. Conforme é sabido, nós mandamos um jogador para a Académica de Coimbra, e para além desta subida ao Moçambola tivemos uma mais valia que foi mandar um jogador para fora e ter chegado e ficado na Académica para nós já é gratificante.

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