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Alice Mabota diz que processo foi mal conduzido e pede absolvição de Khessuajee Pulchand

A advogada do réu Khessaujee Pulchand, trabalhador da Africâmbios, que responde pelos crimes de associação para delinquir e branqueamento de capitais, por alegadamente ter ajudado a lavar 8.5 milhões de dólares de Gregório Leão, a mando de Fabião Mabunda, abriu hoje a sessão de apresentação das últimas cartadas da defesa para salvar a pele dos seus constituintes.

Alice Mabota começou por fazer um enquadramento, para depois dizer que o processo foi mal conduzido e que a presença do réu Khessaujee Pulchand no Tribunal é um erro de instrução que protege o verdadeiro prevaricador, a Africâmbios.

“Não ficou provado que algum dinheiro foi ao bolso de Khessuajee Pulchand e ele nem foi responsável pela contratação das dívidas, por isso ele não deve ser responsabilizado. Não foi chamado o gerente para vir explicar se geria ou não as contas do réu. E não ouvimos nenhum réu a afirmar que entregou o dinheiro a Khessuajee. Que se chame a Africâmbios!”, referiu.

Mais estranho ainda, para Mabota, é o facto de o Ministério Público ter pedido ilibação para Simione Mahumane, também funcionário da Africâmbios, que apresentou os mesmos argumentos que Khessaujee Pulchand, para quem foi sugerida uma penalização próxima à máxima.

“Causa estranheza que o Ministério Público peça a condenação de dois réus e ilibação de um, enquanto os três estão na mesma circunstância. Reitero que o réu Khessuajee não cometeu nenhum crime”, disse Mabota.

A advogada defendeu também não fazer sentido o pedido de indemnização de 2.8 mil milhões de dólares, mais juros de 800 milhões de dólares. Mabota entende que deve ser subtraído o valor dos bens arrestados e os que foram adquiridos pelas empresas.

Diante dos argumentos por si apresentados, Alice Mabota disse não haver dúvidas de que o seu constituinte é inocente e deve ser ilibado.

Em Tribunal, Khessaujee Pulchand disse que, na Africâmbios, teve orientações para abrir uma conta. Julgando que fosse para salário, aderiu ao convite. Depois, mesmo percebendo que a conta era para outros fins, disse que ficou descansado, porque lhe foi dito que era normal que, naquela instituição, os funcionários recebessem dinheiro na própria conta gerida pela empresa.

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