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Albino Mbie nomeado ao Boston Music Awards nos EUA

A edição deste ano do Music Awards da cidade de Boston, capital do estado norte-americano de Massachussetts, o mais populoso daquele país, tem um moçambicano. Chama-se Albino Mbie, músico multifacetado que canta, compõe, toca e produz. Ao Boston Music Awards, o músico que nasceu no bairro Jorge Dimitrov, Benfica para muitos, na cidade de Maputo, foi nomeado para a categoria de Artista Internacional do Ano, na qual vai disputar o prémio com mais nove autores, nomeadamente: Balla Kouyaté, Bebo Band, Dis n Dat Band, Dub Apocalypse, Dzidzor, Kina Zoré, MIXCLA, Nichi y Chalas e Soul Rebel Project.

A nomeação à categoria de Artista Internacional do Ano no Boston Music Awards não foi por candidatura. Por isso, a notícia tanto surpreendeu o músico moçambicano quanto comoveu, pois demonstra que Mafu, seu segundo álbum discográfico, foi bem recebido nos Estados Unidos e internacionalmente, daí o reconhecimento em causa no estado de Massachussetts.

Mafu, termo cicopi que significa areia em português, é um disco com 12 músicas, nas quais o autor canta o amor e a mulher muito apegado à realidade moçambicana. Como no seu álbum de estreia, no segundo Mbie apresenta-se com acordes serenos, com mensagens que aconselham, motivam e educam. Mafu foi apresentado em concerto no “Noites de Guitarra”, da BDQ Concertos, espectáculo que se realizou no Campus da Universidade Eduardo Mondlane, na cidade de Maputo, no dia 2 de Março. No mesmo palco que Mbie, actuaram Richard Bona, Ernie Smith e Jimmy Dludlu.

A meta de Albino Mbie nos Estados Unidos de América é chegar aos Grammy. Nesse sentido, o músico vê na actual nomeação uma motivação para continuar a trabalhar, de modo a mostrar-se cada vez mais ao mundo a partir de um país onde as oportunidades são as melhores em relação as de vários contextos. “De que acordo com as informações que tenho, nunca havia sido nomeado um moçambicano ao Boston Music Awards. Esta foi a primeira vez. Então, prometo trabalhar para pôr Moçambique no mapa artístico e cultural do mundo”, e Albino Mbie acrescenta: “Fazer parte do Boston Music Awards para mim significa crescimento e visibilidade de todas as formas pois eles estão a reconhecer a minha contribuição cultural aqui em Boston e a nível internacional. É muito positivo”.

Para um músico ser nomeado àquele evento musical, além de qualidade, deve ser activo, participando em workshops, fazendo concertos a nível local e internacionalmente. Para certificar o nível de actividade dos artistas, a organização dos Awards de Boston apoia-se às matérias publicadas nos jornais, na televisão ou no YouTube.

 

O TRAJECTO DE UMA VOZ DOCE

Uma das qualidades que destaca a arte de Albino Mbie é a forma suave e doce com que narra as histórias nas suas músicas. Tal facto, já valeu prémios e distinções em diversas circunstâncias. Há anos, Mbie foi o primeiro classificado no World Music pelo International Song Writing (USA – 2014), Prémio Revelação Ngoma Moçambique (2014), nomeado para RFI (Radio France International – 2014), nomeado para John Lennon Songwriting Competition (2015) e, este ano, nomeado para Boston Music Awards ( Radio France International – 2018). Distinguiu-se ainda na produção, como produtor e mixagem de som, com “Massinguitana”, de Mr Bow (Ngoma 2014) como a musica mais popular do ano.

 

Albino Mbie é guitarrista, cantor, produtor musical, engenheiro de som, videógrafo e empreendedor. Nasceu  no bairro George Dimitrov, Maputo. Como muitos guitarristas moçambicanos, fez a sua primeira guitarra com uma lata de 5 litros de óleo, restos de madeira e cordas de cabos eléctricos.

 

Atraídos pelos sons de músicos de rua no bairro de Maputo, começou a tocar em algumas bandas locais, almejando combinar estilos.

 

Estudou na Escola de Comunicação e Artes (ECA), na Universidade Eduardo Mondlane. Enquanto lá esteve a estudar em educação musical e performance, teve a oportunidade de ir formar-se no Berklee College of Music em Boston, EUA. E assim, em 2009, foi um dos primeiros alunos a receber uma bolsa de estudos para Berklee através do programa Scholars africanos. Os seus grandes mentores são Richard Bona e Lionel Loueke, emblemáticos músicos africanos. Com o primeiro, Mbie partilhou o palco em Maputo, no concerto da BDQ Concertos, em Março deste ano.

Com o seu primeiro CD, Mozambican Dance, foi prémio World Music nos EUA, pela International Songwriting International, e Prémio Revelação pelo Ngoma Moçambique.

 

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