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Água suja proveniente de empresa chinesa inunda residências no bairro Zimpeto

Foto: O País

Dezenas de casas estão inundadas com água suja proveniente de uma empresa vocacionada à reciclagem de plástico no bairro Zimpeto, na Cidade de Maputo. Para pressionar no sentido de o problema ser resolvido, várias pessoas amotinaram-se defronte à firma chinesa, que não quis falar à imprensa sobre o assunto.

Nádia Nhabinde é proprietária de uma casa que está inacessível devido à água que inundou os acessos e o seu quintal. Ela foi obrigada a abandoná-la. “Estou a viver de favores em casa da minha cunhada, porque a minha casa está no meio de água suja. O chinês (proprietário da empresa) diz que não consegue tirar a água, porque este local é uma zona baixa e é propensa a inundações”.

Foi na noite do último sábado que o muro de vedação desabou e a água da lavagem do plástico reciclado, naquela empresa, escapou e atingiu as casas nas proximidades.

A casa de uma outra senhora foi afectada e ela não consegue conter a emoção, corriam-lhe lágrimas no rosto e não parava de soluçar. “O muro de vedação da minha casa caiu e toda água entrou, até no meu quarto tudo está molhado”.

E na manhã desta segunda-feira, os moradores amotinaram-se junto à empresa para exigir a solução do problema que está a afectar a saúde pública daquela comunidade.

Em Setembro do ano passado, esta  empresa viu-se obrigada a encerrar as actividades devido à poluição ambiental.

No mês seguinte, a Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental e a Inspecção Nacional de Actividades Económicas autorizaram a retoma de actividades por seis meses, isto é, até 30 de Abril corrente, como atestam documentos a que o jornal “O País” teve acesso. Em poucos dias para encerrar as actividades, mais um incidente abala a comunidade, que exige, pois, que a empresa seja encerrada imediatamente.

Os proprietários da empresa, Lisorte Recycled Plastics, Lda, de origem chinesa, não quiseram prestar declarações, e a Inspecção Nacional das Actividades Económicas diz que precisa de autorização para abordar o assunto. Já a Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental avançou que precisa de aferir a situação para se pronunciar.

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