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Agora é (mesmo) a doer

Foto: BAL

Ferroviário da Beira irá reforçar-se com William Perry, Austin Mofunanya (americano naturalizado nigeriano), Jermel Michele Kennedy e possante Egídio Zandamela na Elite 16 da Liga Africana de Basquetebol, prova a realizar-se de 14 a 16 de Dezembro, em Joanesburgo, na África do Sul.

Contagem regressiva para a última etapa de acesso à pioneira Basketball Africa League (BAL), prova afiliada à gigante, robusta e super-competitiva NBA. Com uma particularidade, pois claro, para o Ferroviário da Beira, a caminhada a Kigali, palco da Elite 16 (fase final), volta a ser feita aqui “pertinho” – Joanesburgo, África do Sul.

Quis o sorteio da Elite 16 havido sábado, em Abidjan, Costa do Marfim, que o Ferroviário da Beira ficasse integrado no Grupo H2 (Divisão Leste), junto do City Oilers (Uganda), Cobra Sport (Sudão do Sul) e o Ulinzi Warriors (Quénia).

E como é que se chega aos 12 finalistas da tão ambicionada prova? O Ferroviário da Beira, tal como os outros 15 conjuntos integrados em quatro grupos de quatro cada (Divisões Leste e Oeste), batem-se entre si numa única volta, sendo que os dois primeiros classificados seguem para a ronda seguinte, onde irão disputar as meias-finais, final e classificativas do terceiro lugar.

Equivale, isto, a dizer que as equipas vencedoras das meias-finais e jogos de atribuição do terceiro lugar irão evoluir, entre Maio e Junho, na magnífica Arena de Kigali, palco da fase final da 2ª edição da Basketball Africa League.

Na “habitué” corrida contra o relógio, até para contornar a falta de provas na Beira, os “locomotivas” do Chiveve projectam alguns jogos de controlo com o Clube Desportivo Municipal da Beira, conjunto que esteve a disputar a fase regional centro de acesso à Liga Moçambicana de Basquetebol (LMB).

No City Arena Inzibio Hall, no Soweto, Joanesburgo, África do Sul, o Ferroviário da Beira projecta ainda pelo menos dois jogos de controlo, uma vez que a viagem está agendada para o dia 28 de Novembro, portanto uma semana antes do arranque da prova qualificativa.

Mas, esta é uma situação que, diga-se, a combativa e rebelde Beira tem superado, ou melhor, passado por cima e alcançado bons resultados. Aliás, o Ferroviário da Beira deve mesmo inspirar-se na velha máxima de Pierre Corneille: “À vaincre sans péril on triomphe sans gloire”. Traduzido, literalmente: “ quando se vence sem risco, triunfa-se sem glória”. Em tempos de crise, e sem grande margem para mobilização de fundos, a escolha de Joanesburgo para acolher a Divisão Leste e não Yaoundé bafejou o Ferroviário da Beira. Sim, até porque, sendo próxima à cidade de Joanesburgo, permite que os custos de deslocação não sejam elevados, quando comparado a Yaoundé, onde teriam que seguir via Etiópia, país que tem estado a ser assolado por uma crise interna já com efeitos nas ligações aéreas.

Mais: há a vantagem do grupo ter estado num hotel acolhedor e com condições para hospedar o mesmo, para além de poder contar com o apoio da comunidade moçambicana baseada na África do Sul.

“A escolha de Joanesburgo tem um significado muito grande para o Ferroviário da Beira, uma vez que o orçamento para esta prova aqui, na África do Sul, não é tão elevado quando comparado às contas de Yaoundé”, começou por explicar Carlos Crispos, vice-presidente do CFB. E acrescentou: “A partir da segunda-feira, vamos iniciar com o quadro de preparação para esta competição.

 

YAOUNDÉ ACOLHE OUTRA FASE

Yaoundé, Camarões, volta a acolher uma prova africana de grande dimensão este ano, depois de ter hospedado o Campeonato Africano de Basquetebol sénior feminino, prova na qual Moçambique, com tanto sacrifício mesmo após tantas glórias que deu ao país, ocupou a 5ª posição após vencer o Egipto, por 69-62.

Com efeito, Yaoundé será palco dos jogos da Elite 16 da Liga Africana de Basquetebol os Grupos da Divisão Oeste G1 e G2 dos quais fazem parte FAP (Camarões) AS Police (Mali), SOA (Costa do Marfim), ASPAC (Benin), AS Salé (Marrocos), SLAC (Guiné), AS Nigelec (Nigéria) e BC Espoir Fukash (RD Congo).

Na Elite 12, os conjuntos que se qualificarem devem bater-se com representantes de Angola, Egipto, Nigéria, Senegal e Tunísia e Ruanda (anfitrião) que se qualificaram automaticamente para a BAL.

Três estrangeiros + Zandamela para atacar BAL

Na fase de apuramento da zona VI, o Ferroviário da Beira passou com distinção com vitórias sobre o Matero Magics da Zâmbia, por, 81-51, e  Roche Bois Warriors das Maurícias, por 132-36. Na derradeira jornada de qualificação, os pupilos de Luiz Hernandez perderam diante dos anfitriões do Cape Town, Tigers, por 85-86.

Os resultados positivos foram celebrados, sim senhor. Há um passo que foi dado para a materialização do objectivo principal.

Mas, há ilações tiradas pelo espanhol Luiz Hernandez. Por exemplo, nas posições 4 e 5, há mesmo que reforçar a equipa que conta com Elton Ubisse (faz parte do cinco inicial), Armando “Nino” Baptista e Nelton Mutabaquere, estes três últimos com poucos minutos na quadra. Macurungo, o capitão da equipa e reserva moral, já não apresenta a mesma frescura do passado quando ajudou o clube a campear em 2012, 2014 e 2017, contabilizando, de resto, pouco tempo na quadra. Nelton Mutabaquere, jovem poste que trocou o Costa do Sol pelo CFB, ainda está em processo de integração e com muitos aspectos por melhorar na abordagem do jogo quer a jogar de cara e de costas para o cesto.

E é mesmo para dar maior agressividade ao conjunto beirense debaixo da tabela que, ao nível interno, o Ferroviário da Beira chegou a acordo com o Costa do Sol para a cedência do poste Egídio Zandamela.

Melhor ressaltador do Campeonato da Cidade, em 2018, Egídio Zandamela vai acrescentar mais peso e altura à tabela do Ferroviário da Beira. O poste, de  2:00m e 110kg, foi preponderante para que os “canarinhos” ocupassem a 2ª posição na Liga Moçambicana de Basquetebol, em 2019, assim como conquistassem, este ano, o Torneio Nutrição na final diante do Ferroviário de Maputo.
Com abertura para contratar três estrangeiros, o Ferroviário da Beira vai apostar novamente no base americano Wiliam Perry e o canadense Jermel Michele Kennedy, pedras de toque na fase de qualificação para Elite 16.

Jermel Michele Kennedy regressa esta quarta-feira à Beira, depois de se ter deslocado ao Canadá para participar nas cerimónias fúnebres da mãe.

Perry tem um contrato com o Ferroviário da Beira até o final desta temporada, tendo apresentado, na fase da zona VI de apuramento à BAL, médias de 40% (10 em 25) nos lançamentos de campo, 41.2% (7 em 17) nos tiros exteriores e 66.7% (6 em 9) na linha de lances livres em 67 minutos na quadra (três jogos).

O fabuloso base americano contabilizou 33 pontos, 12 ressaltos (11 ofensivos e um defensivo), 16 assistências e oito “turnovers”.

O extremo-poste americano naturalizado nigeriano Austin Mofunanya, que já evoluiu nos EUA (NCA), França, Espanha e Iraque, desembarcou na Beira na passada quarta-feira.

 

DIVISÃO OESTE 

Grupo G1:

FAP (Camarões)
AS Police (Mali)

SOA (Costa do Marfim)

ASPAC (Benin)

 

Grupo G2:

AS Salé (Marrocos)

SLAC (Guiné)

AS Nigelec (Nigéria)

BC Espoir Fukash (RD Congo)

 

DIVISÃO LESTE

Grupo H1:

Cape Town Tigers (África do Sul)

New Stars (Burundi)

Kurasini Heat (Tanzânia)

Matero Magic (Zâmbia)

 

Grupo H2:

Ferroviário da Beira (Moçambique)

Ulinzi Warriors (Quénia)

City Oilers (Uganda)

Cobra Sport (Sudão do Sul)

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