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Agentes da lei e ordem divulgam informações secretas ao inimigo em Cabo Delgado

Foto: O País

Alguns agentes da lei e ordem da província de Cabo Delgado estão a divulgar informações secretas ao inimigo, que, além da segurança, está a pôr em causa o combate ao terrorismo. O facto foi constatado pela ministra do Interior durante a sua recente visita à província.

“O nosso trabalho é bastante e há quem diz que é espinhoso, mas os espinhos são esses que estamos a criar quando temos desvios de comportamentos, não temos sigilo profissional, e saímos para informar os inimigos onde estão as nossas forças”, revelou Arsénia Massingue, ministra do Interior, numa parada realizada no Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique em Cabo Delgado.

Outros problemas considerados graves e preocupantes em Cabo Delgado são o abandono do posto de trabalho e consumo de álcool por parte de alguns agentes da lei e ordem que deixam a segurança em Cabo Delgado cada vez mais vulnerável.

“Consta-nos que há, aqui, abandono do posto. É inconcebível que um agente da Polícia que jura à bandeira, que promete servir ao Estado, jura entregar a sua vida se necessário, abandone a instituição”, anotou Arsénia Massingue, ministra do Interior

Esses comportamentos desviantes por parte agentes que têm a missão de garantir a ordem e tranquilidade públicas estão a criar um ambiente de insegurança para a população e a deixar as cidades e vilas vulneráveis a acções criminais, especialmente as que estão localizadas nas zonas consideradas seguras, onde mesmo os governantes e dirigentes se sentem inseguros e têm sido vítimas de assaltos às suas residências.

“Estamos a falhar quando os chefes do sector que têm a tarefa de interagir com a população não fazem o seu papel, procurando saber quem e onde mora, isso permite que um bandido se acomode nos bairros e planifique as suas incursões enquanto está lá. Não faz sentido que um membro da UPAI (Unidade de Protecção de Altas Individualidades) abandone o seu posto e permita que as residências dos dirigentes sejam assaltadas, deixando em insegurança. Continuamos a falhar quando elementos da UIR (Unidade de Intervenção Rápida), no lugar de sacrificar suas vidas para combater o terrorismo no Norte da província, sai do seu posto e vai beber, torna-se bêbado”, explicou a ministra do Interior.

Devido à gravidade da situação de indisciplina dos agentes da lei e ordem, a ministra do Interior exigiu mudanças urgentes.

“Vamos deixar de ser corruptos, indisciplinados, preguiçosos e faltosos no trabalho. Estas práticas devem morrer e serem sepultadas, não daqui a oito dias nem trinta dias, devem morrer agora, porque não faz sentido”, determinou Arsénia Massingue.

Além de Pemba, a ministra do Interior visitou o Teatro Operacional Norte para avaliar a situação de segurança e a logística dos agentes da lei e ordem envolvidos no combate ao terrorismo em Cabo Delgado.

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