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África do Sul volta a abrir fronteira tarde e aumenta desespero de viajantes

No sábado, a fronteira sul-africana só começou a funcionar depois das 11h00 da manhã e no domingo às 09h30, em vez das 06h00, conforme o estabelecido com a contraparte moçambicana. Centenas de mineiros esperaram horas a fio, sob calor intenso, aglomerados e expostos ao risco de contrair o novo Coronavírus, para entrar na África do Sul. Aliás, as autoridades de saúde na província de Maputo revelaram que 43 viajantes testaram positivo à COVID-19, alguns do lado de Moçambique e outros na fronteira do país vizinho.

Até a tarde de sábado, na fronteira de Lebombo, do lado sul-africano, nenhum viajante tinha sido atendido. Um cidadão sul-africano que na última sexta-feira foi impedido de entrar em Moçambique por apresentar um teste rápido da COVID-19 voltou este sábado e conseguiu atravessar para o território nacional.

No domingo, a fronteira terrestre mais movimentada em Moçambique registou novamente enchentes. Até ao fecho desta edição continuava difícil atravessar Lebombo para a África do Sul, apesar de algumas melhorias comparativamente aos caos que havia até pelo menos quarta-feira.

Rosita Alfredo, que aguardava na fila e debaixo de calor intenso pela sua vez de ser atendida, considerou, em entrevista ao “O País”, triste o que estava a acontecer, porquanto os sul-africanos não aceitavam os testes feitos em Moçambique.

Por sua vez, a campeã olímpica Lurdes Mutola, que estava na África do Sul, regressou à terra natal através de Ressano Garcia. “Vi a enchente e não acreditei. Mas tem a ver com aquilo que estamos a viver no momento [aumento de casos da COVID-19]. Infelizmente, temos que fazer os testes”.

Juca Bata, porta-voz do Serviço Nacional de Migração na província de Maputo, garantiu que a situação está sob acompanhamento constante de Moçambique com a contraparte da África do Sul.

“As longas filas são o resultado da abertura tardia do posto fronteiriço da África do Sul porque o pessoal da Saúde” daquele país “chegou às 11h00 e começou o atendimento. Todos nós sabemos que a migração sul-africana não pode fazer o atendimento sem o pessoal da saúde para fazer os testes da COVID-19”, esclareceu a fonte.

O Serviço Nacional de Migração disse no domingo que a operação “Tivikeleni COVID-19”, cujo término estava previsto para esta segunda-feira, vai decorrer até sexta-feira, de acordo com o porta-voz da instituição, Celestino Matsinhe. Na manhã deste domingo, mais de 300 mineiros entraram na África do Sul, depois de serem submetidos ao teste da COVID-19 na fronteira de Ressano Garcia.

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